No último dia do XV congresso brasileiro de DST, XI Congresso brasileiro de AIDS, VI congresso latino-americano de IST/HIV/AIDS, A Dra. Maria Luiza Bazzo, professora da Universidade Federal de Santa Catarina, iniciou as discussões falando sobre os testes moleculares disponíveis para detecção do HPV.
Confira na íntegra: portal.afya.com.br/ginecologia-e-obstetricia/congressos-brasileiros-de-dsts-confira-a-cobertura-completa
Teste de biologia molecular de HPV e seu uso nos fluxogramas de testagem
Existem vários kits disponíveis. Alguns são capazes de identificar o tipo de HPV com destaque para a relevância dos tipos de alto risco oncogênico, em especial os tipos 16/18.
Alguns testes têm a capacidade de fazer uma genotipagem estendida identificando os vários tipos de HPV de alto risco encontrados.
A professora lembrou da estratégia global da OMS para eliminação do câncer de colo uterino até 2030 e como uma das metas temos o rastreamento de pelo menos 70% das mulheres do grupo alvo, considerando o teste de DNA de HPV como o teste de rastreamento primário recomendado.
Diretrizes atualizadas para o rastreamento do câncer de colo uterino no Brasil
A Dra. Renata Maciel, doutora em saúde pública, chefe da divisão de detecção precoce do INCA, palestrou sobre a atualização das diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer de colo uterino.
A doutora lembra que, em 2024, o teste molecular foi aprovado e incorporado pela CONITEC.
A diretriz atual se baseia em adaptações das diretrizes da OMS e terá 58 recomendações em sua parte inicial (parte 1). A parte 2 está em elaboração e discorrerá sobre as condutas frente aos resultados alterados.
A recomendação atual indica o teste molecular de HPV a cada 5 anos para mulheres de 25 a 60 anos.
Para as mulheres que vivem com HIV ou outras condições de imunossupressão, o intervalo do exame deverá ser a cada três anos. A população LGBTQIA+ também foi incluída no documento com suas especificações.
A autocoleta será uma opção para populações específicas.
Infelizmente, atualmente, a cobertura para o rastreamento está em torno de 35% em nosso país. Esforços devem ser feitos para alcançarmos pelo menos 70% de cobertura conforme meta da OMS.
Iniciativas para a implementação de testes de biologia molecular para o HPV no Brasil
A Dra. Pamela Cristina Gaspar, coordenadora geral de vigilância das ISTs do Ministério da Saúde, falou sobre as iniciativas para implementação dos testes para o HPV.
A Dra. lembrou que todos os dias, no Brasil, 18 mulheres morrem por câncer de colo uterino, apesar de termos a vacina e exames de rastreamento.
O projeto Indaiatuba de SP em 2017 foi um projeto piloto que mostrou que era custo efetivo a implementação do teste molecular como uma estratégia principal de rastreio. Além disso, mostrou que o teste molecular é capaz de identificar lesões mais precoces, enquanto o preventivo convencional identifica lesões mais avançadas. Por outro lado, aumenta em 4 vezes a necessidade de exames de colposcopia. Logo, os serviços devem estar preparados.
Mensagem final
Além do rastreamento organizado, é fundamental a vacinação, o diagnóstico e tratamento adequados para redução da mortalidade do câncer de colo uterino.
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