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Ginecologia e Obstetrícia22 janeiro 2021

Vacinas contra Covid-19: gestantes e lactantes devem receber?

Infelizmente, a segurança e eficácia das vacinas contra Covid-19 aprovadas para uso no Brasil não foram avaliadas em gestantes e lactantes.

No último dia 18, a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro associada à de Santa Catarina publicaram um consenso a recomendação para gestantes e lactantes das novas vacinas contra Covid 19 atualmente disponíveis no Brasil: a CoronaVac, da chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a vacina do laboratório britânico AstraZeneca com a universidade de Oxford em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) [Oxford-AstraZeneca (ChAdOx1 nCoV19)], aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no último dia 17 para uso emergencial. Infelizmente, a segurança e eficácia das vacinas contra Covid-19 não foram avaliadas em gestantes e lactantes.

Em todos os estudos com vacinas para as quais os resultados da Fase III estão disponíveis foram excluídas mulheres grávidas ou amamentando. Portanto, não há dados sobre a segurança das vacinas contra Covid-19 em mulheres lactantes ou os efeitos das vacinas de RNAm no lactente ou na produção de leite. Como as vacinas de RNAm não são consideradas vacinas de vírus vivos, não há a hipótese de serem um risco para o lactente. Além disso, os estudos em animais não demonstraram risco de malformações.

Ouça também: Covid-19 e vacinas: o que sabemos até o momento? [podcast]

Vacina contra Covid-19 em gestantes e lactantes

Gestantes e lactantes que fazem parte do grupo de risco podem se vacinar

Para as gestantes e lactantes pertencentes ao grupo de risco para Covid-19, a vacinação poderá ser realizada. Para isso, deve haver uma avaliação dos riscos e benefícios em decisão compartilhada entre a mulher e seu médico.

Foram elencadas como grupo de risco:

  • Receptoras de transplante de órgão sólido;
  • Portadoras de problemas respiratórios graves, incluindo fibrose cística e asma grave;
  • Portadoras homozigóticas de anemia falciforme;
  • Usuárias de terapias de imunossupressão suficientes para aumentar de forma significativa o risco de infecção;
  • Portadoras de doença renal crônica (estágio 5) ou que necessitam de diálise;
  • Portadoras de doença cardíaca significativa, congênita ou adquirida;
  • Que atuam na linha de frente de assistência à pessoa com Covid-19, cujo risco de exposição pode ser maior, mesmo que tenham um risco menor de sofrer complicações se estiverem bem;
  • Idade ≥ 35 anos;
  • Obesidade;
  • Portadoras de diabetes (preexistente);
  • Hipertensão crônica.

É papel dos profissionais de saúde informar as gestantes e lactantes sobre os dados de eficácia e segurança das vacinas conhecidos assim como os dados ainda não disponíveis. A decisão entre o médico e a paciente deve considerar: o nível de potencial contaminação do vírus na comunidade; a potencial eficácia da vacina; o risco e a potencial gravidade da doença materna, incluindo os efeitos no feto e no recém-nascido e a segurança da vacina para o binômio materno-fetal.

Caso a paciente não saiba que está grávida

O teste de gravidez não é um pré-requisito para a administração das vacinas. Para as mulheres que foram vacinadas inadvertidamente e estavam gestantes no momento da administração, o profissional de saúde deve tranquilizar a gestante sobre a baixa probabilidade de risco e encaminhá-la para o acompanhamento pré-natal. A vacinação inadvertida deve receber uma notificação no sistema do-SUS como um “erro de imunização” para fins de controle.

Saiba mais: Vacinas contra a Covid-19: quais as recomendações para pacientes oncológicos?

Pacientes que não desejam vacinação

As gestantes e lactantes do grupo de risco para Covid-19 que não concordarem em serem vacinadas, devem ser apoiadas em sua decisão e instruídas a manterem medidas de proteção como higiene das mãos, uso de máscaras e distanciamento social.

A Febrasgo frisa que a Covid-19 é uma situação em rápida evolução e esta orientação pode ficar desatualizada a qualquer momento.

Referências bibliográficas:

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