Usar metformina em SOP em reprodução assistida aumenta a chance de gravidez?
Estudo fala sobre uso da metformina em síndrome dos ovários policísticos em reprodução assistida e analisa se aumenta a chance de gravidez.
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a endocrinopatia mais comum da mulher em idade reprodutiva, apresentando uma incidência de 05 a 17% em todo o mundo, tendo a resistência insulínica e anovulação crônica como principais pilares na fisiopatologia da doença.
Uma das drogas amplamente utilizada para reduzir a resistência insulínica nas pacientes com SOP é a metformina. Todavia, a associação entre o benefício nos tratamentos de fertilização in vitro (FIV) e injeção intracitoplasmática de gametas (ICSI) com a metformina ainda são controversos.
Estudo recente sobre a metformina
Um estudo publicado em agosto de 2020, no JAMA Network open, avaliou se o uso da metformina em mulheres com SOP submetidas a FIV ou ICSI apresentou benefício. A meta-análise incluiu 12 estudos randomizados controlados, avaliando uma população de 1.123 mulheres com diagnóstico de SOP em terapia de reprodução assistida de alta complexidade (FIV/ICSI). As variáveis avaliadas foram o risco da síndrome de hiperestímulo ovariano, taxa de gravidez clínica e nascidos vivos.
Resultados
Os resultados encontrados evidenciaram que as pacientes em uso de metformina apresentaram uma incidência com significância estatística menor da síndrome de hiperestímulo ovariano quando comparadas com não usuárias, todavia essa diferença não foi significativamente estatística em mulheres com IMC < 26. Quando avaliada a taxa de gravidez clínica e a taxa de nascidos vivos, o uso da metformina não evidenciou melhora significativa nos resultados da população estudada.
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Diante dos achados do estudo, pode-se concluir que o uso da metformina em mulheres com SOP, submetidas a terapia de alta complexidade, não promove aumento na taxa de gravidez clínica e nascidos vivo, porém deve ser considerada em pacientes com IMC > 26 que estão realizando o tratamento, visando minimizar o risco da síndrome de hiperestímulo ovariano.
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Referências Bibliográficas:
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