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Ginecologia e Obstetrícia20 fevereiro 2017

Redução do risco de infecção com profilaxia antibiótica em cesariana

A infecção associada à gravidez é uma das principais causas de morte materna em todo o mundo. A infecção materna ocasiona uma hospitalização prolongada.

Por Juliana Festa

A infecção associada à gravidez é uma das principais causas de morte materna em todo o mundo. A infecção materna ocasiona uma hospitalização prolongada e, consequente, aumento dos custos dos recursos de saúde.

A adição de azitromicina ao regime de profilaxia antibiótica padrão antes da cesárea pode reduzir a taxa de infecção pós-operatória.

O estudo C/SOAP (The Cesarean Section Optimal Antibiotic Prophylaxis) conduzido por Tita e colaboradores foi um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, conduzido em 14 hospitais nos Estados Unidos com o objetivo de avaliar os benefícios e a segurança da profilaxia antibiótica baseada em azitromicina em mulheres submetidas à cesariana não seletiva.

Foram avaliadas 2.013 mulheres com gravidez unifetal e gestação de 24 semanas ou mais, que foram submetidas à cesariana durante o trabalho de parto ou após a ruptura da membrana. As mulheres foram randomizadas para receber 500 mg de azitromicina por via intravenosa (n=1.019) e placebo (n=994). O desfecho primário avaliado foi composto de endometrite, infecção da ferida ou outra infecção (abcesso abdominal, sepse materna, tromboflebite séptica pélvica, pielonefrite, pneumonia ou meningite) ocorrendo dentro de 6 semanas.

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O desfecho primário ocorreu em 62 mulheres (6,1%) que receberam azitromicina e em 119 (12,0%) que receberam placebo (risco relativo: 0,51; intervalo de confiança [IC] de 95%: 0,38 a 0,68; p<0,001). Foi observada diferença significativa entre os grupos azitromicina e placebo nas taxas de endometrite (3,8% vs. 6,1%, p=0,02), infecção da ferida (2,4% vs. 6,6%, p<0,001) e eventos adversos sérios maternos (1,5% vs. 2,9%, p=0,03).

Para o desfecho composto secundário, que incluiu morte neonatal e complicações graves neonatais, não houve diferença significativa entre os grupos (14,3% vs. 13,6%, p=0,63).

Concluiu-se que a profilaxia com azitromicina de espectro estendido foi mais eficaz do que o placebo na redução do risco de infecção entre as mulheres submetidas a cesariana não eletiva.

Referência:

Tita ATN, Szychowski JM, Boggess K, Saade G, Longo S, Clark E, et al. Adjunctive Azithromycin Prophylaxis for Cesarean Delivery. N Engl J Med [Internet]. 2016;375(13):1231–41. Available from: https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa160204

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