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Ginecologia e Obstetrícia7 outubro 2022

Puxo dirigido ou puxo espontâneo? Metanálise compara resultados do parto e incontinência urinária pós-parto

Revisão avaliou o risco de incontinência urinária pós-parto comparando o puxo dirigido ou espontâneo durante o trabalho de parto.

Uma boa assistência ao parto vaginal e uma gestante bem informada sobre as fases do parto podem diminuir o comprometimento do assoalho pélvico, e uma consequente incontinência urinária (IU) pós-parto. Durante muitos anos o puxo dirigido pelo obstetra foi utilizado com objetivo de abreviar o período expulsivo, mas ao longo das últimas décadas, vários estudos desencorajaram essa técnica, por prejudicar o assoalho pélvico.

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Neste ano de 2022, foi publicada uma revisão sistemática e metanálise no International Urogynecology Journal, com o objetivo de avaliar o risco de IU pós-parto e nos resultados do parto em mulheres que foram assistidas utilizando o puxo dirigido ou espontâneo durante o trabalho de parto.

Puxo dirigido ou puxo espontâneo? Metanálise compara resultados do parto e incontinência urinária pós-parto

Métodos

Os autores pesquisaram em bases de dados científicas estudos relacionados à incontinência urinária pós-parto e resultados do parto quando a técnica de empurrar entre 1986 a 2020. Estudos controlados randomizados que avaliaram primíparas saudáveis ​​que utilizaram a técnica de empurrar na segunda fase do trabalho de parto foram incluídos. De acordo com as diretrizes do Cochrane Handbook, o risco de viés foi avaliado e metanalisado. A certeza da evidência foi avaliada usando a abordagem GRADE.

Resultados

Os pesquisadores incluíram 17 estudos controlados randomizados, com um total de 4.606 primíparas. A mudança nos escores de IU desde a linha de base até o pós-parto foi significativamente menor com o resultado do puxo espontâneo. Embora as mulheres estivessem em decúbito dorsal durante o segundo estágio, o grupo de puxo dirigido mostrou um trabalho de parto significativamente mais curto em 21,39 min em comparação com o grupo de puxos espontâneos, não houve diferença na duração do segundo estágio do trabalho de parto entre os dois grupos.

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Conclusão

Os autores concluíram que as primíparas que estavam na posição ereta e experimentaram puxos espontâneos durante o segundo estágio do trabalho de parto poderiam reduzir sua pontuação de IU desde a linha de base até o pós-parto, mas o trabalho de parto foi mais longo.

Mensagem prática

Vale ressaltar que apesar de mais breve o trabalho de parto no puxo dirigido, a apneia realizada pela parturiente pode diminuir o aporte de oxigênio ao feto. O artigo que trouxe para discussão não aborda o desfecho neonatal dos dois grupos, sendo necessários mais estudos para podermos melhorar a assistência prestada às gestantes.

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Referências bibliográficas

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