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Ginecologia e Obstetrícia17 dezembro 2020

Microbioma intestinal na síndrome dos ovários policísticos

Estudos demonstram redução na diversidade e composição do microbioma intestinal em algumas mulheres com a síndrome dos ovários policísticos.

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das patologias endócrinas mais prevalentes nas mulheres em idade reprodutiva com índices variando entre 1 a 8%, dependendo da população e critérios utilizados no diagnóstico. 

Caracteriza-se por irregularidade menstrual persistente, hiperandrogenemia clínica e/ou laboratorial e morfologia policística ovariana. entre os achados metabólicos notam-se obesidade, resistência à insulina e risco de diabetes tipo 2. A resistência à insulina aparece em mais de 50% dos casos. Ainda não se definiu uma etiologia única, sendo mais plausível a origem multifatorial agregando fatores genéticos, meio ambiente intrauterino. Possivelmente uma alteração no microbioma intestinal pode ter papel também. 

síndrome dos ovários policísticos

SOP e a relação com traços metabólicos

Alguns estudos prévios a este publicado em 17 novembro 2020 no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, órgão da Academia de Oxford, demonstraram redução na diversidade e composição do microbioma intestinal em algumas etnias de mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). Principalmente no filos Bacteroidetes e Firmicutes. Ainda não se tinham dados consistentes também sobre microbioma de mulheres em idade reprodutiva tardia, de modo que os objetivos do estudo foram:

  • testar se o microbioma intestinal está relacionado com SOP em mulheres no fim de sua idade reprodutiva;
  • investigar se as mudanças no microbioma intestinal tem correlação com mudanças nos parâmetros da SOP.

 O desenho do estudo se deu com aplicação de questionários para pacientes da Finlândia aos 31 anos de idade e nova abordagem com questionários, exames clínicos e coleta de exames de fezes aos 46 anos de idade para follow up.

No follow up aos 46 anos eram realizados:

  • Exame clínico
  • Coleta de amostra de sangue e fezes
  • Teste de Tolerância Oral à Glicose
  • Medidas Antropométricas

Concluindo o trabalho algumas novidades apareceram:

  • Não houve diferenças entre IMC de mulheres com e sem SOP nas duas etapas. 
  • Não houve diferenças significativas entre os microbiomas intestinais de mulheres com e sem SOP nos dois momentos investigados. 
  • Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos de mulheres com SOP dependendo de seu status metabólico.

Sugere-se então que a manutenção de uma saúde metabólica é fundamental para o bem-estar no futuro desses pacientes e novos estudos com avaliação funcional desse microbioma intestinal são necessários para corroborar a ideia da etiologia relacionada ao microbioma intestinal na SOP. 

Referência bibliográfica:

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