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Ginecologia e Obstetrícia26 maio 2022

Menopausa modula o metaboloma circulante: dados de um estudo de coorte prospectivo

Estudos sugerem que a evolução prejudicial sobre a saúde coronariana se dá pelo aumento de triglicérides e LDL circulantes na menopausa.

A maioria das mulheres experimentam a menopausa entre 48-52 anos de idade resultante da cessação das funções foliculares ovarianas e diagnosticada clinicamente a partir de 12 meses de amenorreia. Fisiologicamente a terapia hormonal com estrogênio restaura o estradiol sistêmico sem diminuir os níveis de FSH aos níveis da idade reprodutiva.

Leia também: Podemos reverter o declínio cognitivo na pós-menopausa?

A menopausa age como fator de risco para doenças cardiovasculares ateroscleróticas, desenvolvendo doença coronariana obstrutiva entre 7-10 anos mais tarde nas mulheres do que nos homens, aumentando ainda o risco na pós-menopausa.

Os estudos clínicos sugerem que essa evolução prejudicial sobre a saúde coronariana se dá pelo aumento de triglicérides e LDL circulantes nesta época. A análise do metaboloma (composição de todas as pequenas moléculas de um organismo).

Menopausa modula o metaboloma circulante dados de um estudo de coorte prospectivo

Análise recente sobre terapia hormonal na menopausa

Para avaliar o benefício da terapia hormonal um estudo de coorte prospectivo publicado pela European Journal of Preventive Cardiology acompanhou 218 mulheres desde a perimenopausa até a pós-menopausa inicial. Um grupo formado por 183 mulheres vindo de menopausa natural com aumento de FSH e queda de estradiol. No outro braço do estudo 35 mulheres receberam terapia hormonal com estradiol (oral e transdérmico). Ambos os grupos foram então submetidos a análises de composição corporal.

Os achados principais foram no grupo que recebeu terapia hormonal:

  1. Diminuição da relação apolipoproteína A/B.
  2. Aumento do tamanho de partículas HDL médias e grandes.
  3. Aumento do diâmetro de partículas HDL.
  4. Aumento do colesterol HDL.
  5. Diminuição das partículas LDL médias e pequenas.
  6. Diminuição da glicina.

Todos esses eventos associados levam a uma proteção cardiovascular pela diminuição do potencial pró-aterogênico resultante do climatério não tratado com terapia hormonal estrogênica. Esses achados corroboram com o impacto positivo dos hormônios sexuais femininos na saúde cardiovascular feminina.

Ouça mais: Climatério e menopausa: critérios diagnósticos e tratamento [podcast]

Autoria

Foto de João Marcelo Martins Coluna

João Marcelo Martins Coluna

Médico Ginecologista e Obstetra formado pela Universidade Estadual de Londrina • Mestrado em Fisiopatologia pela Unoeste (Universidade Oeste Paulista) • Docente da Unoeste (Presidente Prudente) - departamento materno infantil • Preceptor Residência Médica Hospital Regional Presidente Prudente - SP • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Regional Presidente Prudente • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Estadual Dr. Odilo Antunes Siqueira (Presidente Prudente - SP) • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Santa Casa de Misericórdia de Adamantina Plantonista Socorrista Santa Casa de Misericórdia Presidente Prudente • Médico Regulador ambulatorial município de Dracena - SP • Médico Preceptor ambulatorial UNIFADRA (Dracena - SP) • Ginecologista do serviço ambulatorial de Narandiba (SP) • Ginecologista e Obstetra do serviço ambulatorial de Pirapozinho (SP).

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