As síndromes hipertensivas têm complicado em torno de 10 a 15% das gestantes infectadas pelo SARS-Cov-2. Com o advento da pandemia de Covid-19, apesar do pequeno número de gestantes para estudo, e portanto, para conclusões, a observação desse aumento de frequência das síndromes hipertensivas nessas pacientes nos leva a inferir que, provavelmente, a atividade inflamatória desenvolvida pelo vírus deve ser o fator responsável pelo agravo essas gestantes.
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Análise recente sobre Covid-19 em gestantes
Um estudo observacional num hospital de Nova Iorque conduzido entre março e junho de 2020 com 1715 pacientes com gestações únicas observou:
- 167 pacientes testaram positivo para Covid-19 (10%)
- essas pacientes eram as mais jovens do grupo (média de 28 anos idade contra 31 anos de idade do grupo que testou negativo)
- Mais que o dobro de pacientes que testaram positivo tiveram hipertensão na gravidez em relação ao grupo que testou negativo.
- A gravidade da hipertensão foi semelhante entre os grupos.
Conclusão
Apesar das limitações técnicas do estudo (realizado no epicentro da pandemia americana, num único centro médico, sem possibilidade de comparações), sua relevância clínica é grande. Pode ser a sugestão para um estudo maior, multicêntrico para corroborar essas evidências.
De forma relevante, torna-se mandatório para os médicos que fazem acompanhamento de gestantes com Covid-19 que alertem suas pacientes sobre os sintomas e chequem o desenvolvimento de hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia ou outras síndromes hipertensivas nessas pacientes para que o tratamento adequado possa garantir um resultado perinatal melhor.
Referências bibliográficas:
- Haelle T. COVID in Pregnancy Tied to Hypertension, Preeclampsia. Medscape. 19 Mar 2021. Disponível em: https://www.medscape.com/viewarticle/945096#vp_2
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