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Endocrinologia19 fevereiro 2020

Influência do estilo de vida na microbiota vaginal e o papel dos probióticos

A microbiota é um conjunto de micro-organismos vivos que vivem no corpo humano em simbiose e a vagina também apresenta uma microbiota própria.

A microbiota é um conjunto de micro-organismos vivos que vivem no corpo humano em simbiose, ou seja, utilizam recursos do organismo para sobreviverem e, ao mesmo tempo, também podem ser benéficos para seu funcionamento. Isto é verdade em relação tanto ao aproveitamento de nutrientes até influência no sistema imunológico.

micro-organismos existentes na microbiota vaginal

Microbiota vaginal

A vagina, uma estrutura fibromuscular vigorosa, também apresenta uma microbiota própria, localizada nas diversas camadas do epitélio escamoso da mucosa, que varia de indivíduo para indivíduo. Estes micro-organismos, bactérias aeróbias e anaeróbias, com predominância das espécies de lactobacilos (bactérias gram positivas), são fundamentais para um ambiente vaginal saudável.

Isso porque eles são capazes de proteger a vagina de outros agentes que podem causar doença, tanto pela capacidade de se aderirem à mucosa quanto pela produção de ácido lático – o pH vaginal mais baixo é importante para essa proteção, por ter propriedade antimicrobiana. Nas diversas fases da vida da mulher, como puberdade, no período do ciclo menstrual, gestação e pós-menopausa, essa flora, de forma dinâmica pode ser modificada, pois também há a atuação dos estrogênios neste contexto.

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Quando há desequilíbrio na microbiota, há o que se chama de disbiose. No caso da mucosa vaginal, os principais fatores de risco associados à disbiose são: idade (especialmente na pós-menopausa, com a perda da produção de estrogênios), tabagismo, estresse, atividade sexual exagerada (pelo excesso de duchas vaginais e exposição a infecções sexualmente transmissíveis), uso de cosméticos locais (como sabonetes e lenços umedecidos), uso recorrente de antibióticos e estilo de vida (principalmente quanto aos hábitos alimentares).

Em relação aos hábitos alimentares, alguns estudos mostram que deficiência de alguns elementos como ferro, cálcio, zinco, vitamina D, vitamina A, vitamina C e vitamina E aumenta o risco de vaginose bacteriana em mulheres. O consumo de alimentos ricos em gordura saturada, bem como a hiperglicemia, também parecem ser desfavoráveis para a microbiota vaginal.

O papel dos probióticos

Conceitualmente, probióticos são micro-organismos vivos de origem humana que apresentam características benéficas para o hospedeiro. No caso da mucosa vaginal, os das espécies de lactobacilos são os mais estudados. Alguns estudos mostram que o uso de produtos formulados com estes agentes pode ajudar a restabelecer a flora vaginal normal em algumas situações, como em mulheres na pós-menopausa (nestas especialmente também se houver a terapia hormonal associada) e naquelas com infecções como candidíase e vaginose bacteriana.

Porém, ainda há grandes questões não esclarecidas: ainda não se sabe a cepa mais específica para cada caso, a quantidade a ser administrada, a duração do tratamento, bem como há a influência das condições de fabricação dos produtos para garantir a viabilidade.

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Mensagens práticas

De qualquer forma, a orientação de uma alimentação equilibrada em nutrientes e pobres em gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados, bem como a prática de atividade física como forma preventiva de doenças como diabetes é fundamental.

Além disso, há fontes naturais de probióticos como as encontradas em iogurtes, kefir e kombuchas, que consumidos de acordo com orientação profissional adequada podem ser aliados para manter a saúde vaginal.

Referências bibliográficas:

  • Barrientos-Durán, A.; Fuentes-López, A.; de Salazar, A.; Plaza-Díaz, J.; García, F. Reviewing the Composition of Vaginal Microbiota: Inclusion of Nutrition and Probiotic Factors in the Maintenance of Eubiosis. Nutrients 2020, 12, 419.
  • Alimentos Funcionais: Componentes Bioativos E Efeitos Fisiológicos. Editora Rubio; Edição: 2ª (15 de fevereiro de 2016).
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