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Ginecologia e Obstetrícia15 janeiro 2017

Indução do trabalho de parto em mulheres com 35 anos ou mais: o risco vale a pena?

A indução do parto em mulheres de 35 anos ou mais pode reduzir o risco de morte fetal. Mas quais são os perigos desse procedimento para a gestante?

Por Vanessa Thees

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

A indução do parto em mulheres de 35 anos ou mais pode reduzir o risco de morte fetal, que é mais elevado nesse período. Mas quais são os perigos desse procedimento para a gestante? Para responder essa questão, pesquisadores realizaram um estudo randomizado e controlado de 619 primigestas com 35 anos ou mais, que foram aleatoriamente designadas para indução do trabalho de parto com 39 semanas e 6 dias de gestação ou para espera do parto espontâneo.

Em uma análise por intenção de tratar, não houve diferenças significativas entre os grupos na porcentagem de mulheres submetidas à cesárea (98 de 304 mulheres no primeiro grupo de indução [32%] e 103 de 314 no segundo [38%]; [RR] = 0,99; [IC] = 95%, 0,87 – 1,14) ou na porcentagem de mulheres que tiveram parto vaginal com uso de fórceps ou de vácuo (115 de 304 mulheres no primeiro grupo [38%] e 104 de 314 mulheres [33%] no segundo; [RR] = 1,30; [IC] = 95%, 0,96 – 1,77).

Não houveram mortes maternas ou infantis e diferenças significativas entre os grupos na experiência de parto ou na frequência de desfechos maternos ou neonatais adversos.

Veja também: ‘Associação entre parto cesáreo e risco de obesidade’

A Dra. Ana Carolina Pomodoro, pediatra e colunista da PEBMED, fala sobre o procedimento:

“A indução do trabalho de parto nas gestantes com 35 anos ou mais tem se mostrado um fator que previne a morte fetal. No entanto, acaba aumentando o risco de parto cesáreo, que já é mais elevado nessa faixa etária.

Walker et al publicaram no New England Journal of Medicine um estudo randomizado e controlado com primigestas apresentando 35 anos ou mais, separadas de forma aleatória para indução com 39 semanas de IG ou para aguardar o trabalho de parto espontâneo, e concluiu que a indução nesses casos não trouxe diferença na taxa de cesareanas nem nas de complicações maternas ou neonatais.

Com isso, reforça que nem sempre o desfecho de uma gestação nessa idade precisa ser a via cesariana, principalmente nos dias atuais, quando cada vez mais muitas mulheres têm buscado tentar a via de parto mais fisiológica e mais indicada na maioria das situações – a via vaginal”, finaliza Dra. Ana.

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Referências:

  • Randomized Trial of Labor Induction in Women 35 Years of Age or Older. NEJM, 2016. DOI: 10.1056/NEJMoa1509117

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