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Ginecologia e Obstetrícia6 julho 2023

Fixação do ligamento sacroespinhoso para tratamento de prolapso apical

O prolapso apical representa 20% dos prolapsos genitais e, dependendo do grau, sua cirurgia ainda pode ser desafiadora para muitos ginecologistas.

As vias laparoscópica ou robótica são o padrão-ouro para o prolapso apical, contudo não são indicadas para todas as pacientes e têm um custo mais elevado. O reparo transvaginal apical é uma opção para correção do prolapso, mas as técnicas hoje existentes necessitam de ampla dissecção para acessar o ligamento sacroespinhoso (LSE), além do uso de telas em grande parte delas. Com o alerta da US Food and Drugs Administration (FDA) sobre o uso de telas vaginais para correção de prolapso, elas têm sido abandonadas e novas técnicas têm sido estudadas e procuradas pelos cirurgiões.

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O EnPlace (FEMSelect, Tel Aviv, Israel) é um novo dispositivo minimamente invasivo para fixação do LSE transvaginal com o objetivo de corrigir defeito apical. A técnica proposta pelo fabricante permite a fixação do LSE sem necessidade de extensa dissecção ou telas. O objetivo do presente estudo foi investigar a segurança e a eficácia a curto prazo da fixação EnPlace SSL para reparo apical POP significativo (estágio III-IV). Trago um estudo publicado no International Journal of Gynecology & Obstetrics que teve como objetivo investigar a segurança e a eficácia a curto prazo da fixação do LSE utilizando o dispositivo EnPlace no reparo de POP apical significativo.

sacroespinhoso para tratamento de prolapso apical

Métodos

Os pesquisadores realizaram um estudo de coorte retrospectivo de 123 pacientes consecutivas (idade média de 64,4 ± 11,1 anos) com POP apical estágio III ou IV submetidas à fixação do LSE pelo dispositivo EnPlace.

Resultados

De acordo com os autores, não houve complicações intraoperatórias ou pós-operatórias precoces, a duração média da cirurgia foi de 30 ± 6,9 min e a perda sanguínea média foi de 30,5 ± 18,5 mL. Além disso, a posição média do ponto C pelas medidas de quantificação POP antes da cirurgia e 6 meses após a cirurgia foi de 4,5 ± 2,8 cm e −3,1 ± 3,3 cm, respectivamente. Das 91 pacientes com prolapso uterino pré-operatório, oito (8,8%) pacientes desenvolveram prolapso uterino recorrente dentro de 6 meses após a cirurgia. E das 32 pacientes com prolapso de cúpula pré-operatório, duas pacientes (6,3%) tiveram prolapso de cúpula recorrente.

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Conclusão e mensagem prática

A utilização do dispositivo EnPlace é segura e eficaz para correção de prolapso apical, contudo ainda são necessários mais estudos que avaliem seus efeitos em longo prazo. Além disso, não ficou claro no estudo se a técnica para a utilização do dispositivo é de fácil reprodutibilidade, e como seria o treinamento dos cirurgiões para sua utilização com segurança. Também é importante avaliar custos, pois, mesmo que ele seja mais econômico que a cirurgia robótica e laparoscópica, a economia e o sistema de saúde brasileiro têm suas particularidades que devem ser levadas em conta.

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Referências bibliográficas

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