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Ginecologia e Obstetrícia13 dezembro 2020

Falência ovariana prematura: anticoncepcional ou terapia de reposição hormonal, qual escolher?

A falência ovariana prematura é definida quando a mulher entra na menopausa antes dos 40 anos, sendo necessária a prevenção das complicações.

Por Camilla Luna

A falência ovariana prematura é definida quando a mulher entra na menopausa antes dos 40 anos, sendo necessário a realização da prevenção das complicações decorrentes da diminuição hormonal, dentre elas a perda de massa óssea. Essa prevenção pode ser realizada através da terapia de reposição hormonal em baixa dosagem (TRH) ou do uso de anticoncepcional oral combinado (ACO).

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Todavia, de acordo com um estudo brasileiro publicado na Reuters Health em junho de 2020, evidenciou-se que o uso de ACO na falência ovariana prematura está associado a uma menor perda de densidade mineral óssea (DMO) quando comparado com TRH. Segundo uma das autoras, Dra. Cristina Laguna Benetti-Pinto (Universidade de Campinas, Brasil), apesar de existir uma forte recomendação do uso de estrogênios naturais, essa for de TRH não supre todas as necessidades e/ou não é um tratamento com boa adesão.

Segundo a Dra., as evidencias mostram que o ACO tende a ser visto pelas mulheres como uma boa opção de tratamento devido a simplicidade do método e por ser socialmente mais aceitável, associado a isso, algumas mulheres que ainda possuem risco de engravidar desejam o efeito contraceptivo do método. Porém, segundo ela, ainda faltam estudos que comparem os efeitos quanto a DMO e outros regimes posológicos.

Mulher que sofre de falência ovariana prematura

Método do estudo

O estudo comparou ACO contínuo (30 microgramas de etinilestradiol + levonorgestrel) com: TRH baixa dose contínuo (estrogênio conjugado 0,625 mg + medroxiprogesterona ou estradiol 1 mg + noretisterona), TRH alta dose contínuo (estrogênio conjugado 1,25 mg + medroxiprogesterona ou estradiol 2 mg + noretisterona) e tibolona 2,5 mg; As variáveis avaliadas foram a DMO da coluna lombar, fêmur e colo do fêmur através de densitometria óssea realizada em intervalo de 1 a 2 anos, na população de 119 mulheres com idade média de 30 anos.

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O grupo de usuárias de ACO apresentaram um aumento de massa óssea na coluna lombar e fêmur, apresentando um aumento médio na DMO da coluna lombar de 2,5% contra 1,8% em usuárias de TRH com altas doses, o aumento da DMO no fêmur nas mulheres em vigência de ACO contínuo foi de 2,4% contra 0,9%,2,2% e 0,02% para TRH em altas doses, tibolona e sem tratamento — respectivamente.

Mensagem final

Todavia, apesar dos resultados animadores é fundamental reforçar que para o uso do ACO é necessário orientação médica devendo ser individualizado caso a caso, sendo ainda necessário mais estudos para ser prescrita de rotina.

Referências bibliográficas:

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