Falência ovariana prematura: anticoncepcional ou terapia de reposição hormonal, qual escolher?
A falência ovariana prematura é definida quando a mulher entra na menopausa antes dos 40 anos, sendo necessária a prevenção das complicações.
A falência ovariana prematura é definida quando a mulher entra na menopausa antes dos 40 anos, sendo necessário a realização da prevenção das complicações decorrentes da diminuição hormonal, dentre elas a perda de massa óssea. Essa prevenção pode ser realizada através da terapia de reposição hormonal em baixa dosagem (TRH) ou do uso de anticoncepcional oral combinado (ACO).
Todavia, de acordo com um estudo brasileiro publicado na Reuters Health em junho de 2020, evidenciou-se que o uso de ACO na falência ovariana prematura está associado a uma menor perda de densidade mineral óssea (DMO) quando comparado com TRH. Segundo uma das autoras, Dra. Cristina Laguna Benetti-Pinto (Universidade de Campinas, Brasil), apesar de existir uma forte recomendação do uso de estrogênios naturais, essa for de TRH não supre todas as necessidades e/ou não é um tratamento com boa adesão.
Segundo a Dra., as evidencias mostram que o ACO tende a ser visto pelas mulheres como uma boa opção de tratamento devido a simplicidade do método e por ser socialmente mais aceitável, associado a isso, algumas mulheres que ainda possuem risco de engravidar desejam o efeito contraceptivo do método. Porém, segundo ela, ainda faltam estudos que comparem os efeitos quanto a DMO e outros regimes posológicos.
Método do estudo
O estudo comparou ACO contínuo (30 microgramas de etinilestradiol + levonorgestrel) com: TRH baixa dose contínuo (estrogênio conjugado 0,625 mg + medroxiprogesterona ou estradiol 1 mg + noretisterona), TRH alta dose contínuo (estrogênio conjugado 1,25 mg + medroxiprogesterona ou estradiol 2 mg + noretisterona) e tibolona 2,5 mg; As variáveis avaliadas foram a DMO da coluna lombar, fêmur e colo do fêmur através de densitometria óssea realizada em intervalo de 1 a 2 anos, na população de 119 mulheres com idade média de 30 anos.
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O grupo de usuárias de ACO apresentaram um aumento de massa óssea na coluna lombar e fêmur, apresentando um aumento médio na DMO da coluna lombar de 2,5% contra 1,8% em usuárias de TRH com altas doses, o aumento da DMO no fêmur nas mulheres em vigência de ACO contínuo foi de 2,4% contra 0,9%,2,2% e 0,02% para TRH em altas doses, tibolona e sem tratamento — respectivamente.
Mensagem final
Todavia, apesar dos resultados animadores é fundamental reforçar que para o uso do ACO é necessário orientação médica devendo ser individualizado caso a caso, sendo ainda necessário mais estudos para ser prescrita de rotina.
Referências bibliográficas:
- Larkin M. Combined Oral Contraceptives Tied to Increased Bone Mass in Premature Ovarian Insufficiency. Disponível em: https://www.medscape.com/viewarticle/933214
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