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Ginecologia e Obstetrícia4 junho 2019

Estatinas como opções para tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos

As estatinas vem sendo apontadas como potenciais alternativas para redução de alterações metabólicas observadas na Síndrome dos Ovários Policísticos. Entenda:

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma entidade clínica cuja fisiopatologia ainda não é completamente elucidada. Tem como principais achados o excesso de androgênios e disfunção ovariana, após outras causas serem excluídas. Outro elemento que comumente faz parte do espectro da condição é a resistência à ação da insulina.

Um dos androgênios que podem estar elevados no sangue é a dehidroepiandrosterona (DHEA), um hormônio derivado do colesterol produzido na zona reticular do córtex adrenal e que também é precursor de outros androgênios. Algumas publicações em pacientes com SOP correlacionaram os níveis de DHEA com obesidade abdominal, dislipidemia e resistência à insulina.

Sendo assim, as estatinas, que são inibidoras de uma enzima chamada HMG-CoA redutase, crucial na síntese de colesterol, vem sendo apontadas como potenciais alternativas para redução de alterações metabólicas observadas na SOP.

Leia mais:Comorbidades na síndrome do ovário policístico: o que devemos analisar?

Uma recente meta-análise, que incluiu 10 estudos com 735 pacientes com SOP, sendo que destas 361 faziam uso de estatinas, procurou avaliar esta questão. Em 6 estudos, utilizava-se a sinvastatina na dose de 20 mg\dia, em 2 estudos, a atorvastatina 20 mg\dia, 1 estudo com atorvastatina 40 mg\dia e 01 estudo com rosuvastatina 10 mg\dia; 03 estudos com 24 semanas de duração e os demais com 12 semanas ou menos.

Em todos eles, comparados com o grupo controle, as estatinas foram eficazes em reduzir os níveis plasmáticos de DHEA, sendo que das estatinas analisadas, a atorvastatina foi a quem mostrou a redução estatisticamente significativa.

Porém, um elemento importante foi notado: a piora no metabolismo da glicose nestas pacientes – efeito esse já conhecido em relação às estatinas. Sendo assim, teoricamente o benefício do uso deveria ser pesado quanto a este efeito indesejável.

Como todo trabalho, esta meta-análise tem limitações como heterogeneidade das populações e dos métodos laboratoriais empregados para a dosagem do DHEA, além do que não foram desenhados para analisar especificamente o desfecho do efeito das estatinas sobre os níveis plasmáticos do hormônio. Contudo, pensando sob o ponto de vista lógico, estudos neste sentido devem ser encorajados para a definição de mais um elemento para o arsenal terapêutico da SOP.

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Referências:

  • Yang S. et al.: Meta-analysis of statins on DHEA in PCOS . Med Sci Monit, 2019; 25: 590-597
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