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Ginecologia e Obstetrícia4 agosto 2022

Emergências obstétricas: condições clínicas graves

O conhecimento de riscos potencias associados a uma boa assistência médica no primeiro atendimento é fundamental para a redução dos números de mortalidade materna. É sobre isso que trata o texto produzido pela Gestação de Alto Risco (GAR xp).

Por Juliana Esteves

A taxa de mortalidade materna mundial é bastante variada, uma vez que temos conhecimento das discrepantes qualidades de assistência à saúde materna. Quando olhamos para o panorama nacional, o que os números nos dizem? É importante estar atento aos riscos potenciais e às condições clínicas consideradas graves em gestantes. Este é o tema do texto produzido no mês de julho pelo Gestação de Alto Risco (GAR xp).

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No Brasil, a taxa de mortalidade materna é de 59,1/100.000 nascidos vivos. Não diferente do panorama mundial, as três principais causas de mortalidade são: hipertensão arterial, hemorragia materna e sepse. Sendo mais da metade desses óbitos (67%) consequências de causas diretamente relacionadas à gestação.

O conhecimento desses riscos potencias associados a uma boa assistência médica no primeiro atendimento (aquele momento que a paciente chega à emergência) é fundamental para a redução desses números.

Abaixo seguem as seis condições clínicas consideradas potencialmente graves e que devem sempre ser lembradas na assistência:

Ao falarmos da hipertensão arterial, devemos lembrar dos critérios diagnósticos e, principalmente, dos critérios de gravidade que vão requerer assistência e manejo imediato. Receber uma gestante hipertensa envolve pensar se é uma patologia própria da gestação (pré-eclampsia) ou se esta patologia já era pré-existente. No entanto, devemos lembrar que, ao considerarmos o atendimento emergencia,l essa diferença pode não ser possível de identificar e o manejo deve seguir os protocolos de pico hipertensivo na gestação.

A figura 2 destaca os critérios de gravidade e diagnostico sugeridos pela FIGO.

Na presença de sangramento materno, o momento do sangramento (pré-parto, intraparto ou pós parto) é importante para que possamos pensar na provável causa: trauma, tecido, tônus ou alteração de coagulação. Porém, independente da causa, reconhecer a gravidade da hemorragia materna é fundamental para uma boa assistência emergencial, através da quantificação da perda sanguínea e principalmente dos sinais clínicos apresentados pela paciente.

A sepse, por sua vez, é um diagnóstico que sempre deve ser lembrado, frente às peculiaridade do seu envolvimento na gestação, uma vez que leucocitose e quedas de plaquetas são alterações esperadas no laboratório normal da gestante. Outros critérios clínicos e laboratoriais devem ser associados, como o lactato, a relação P/F e o nível de consciência.

Da mesma forma, em pacientes não gestantes a primeira hora de atendimento tem impacto importante quando falamos de mortalidade. Ou seja, a reposição de cristalóide e inicio precoce de antibiótico venoso é fundamental. Mas, para isso, conhecer a fase da gestação (1º, 2º ou 3º trimestre e ainda o puerpério) nos permite pensar nos principais agentes infecciosos e consequentemente no esquema antibiótico inicial. A figura 4 descreve esses agentes.

Ao pensarmos nessas três principais condições que chegam à emergência obstétrica, teremos a capacidade de reconhecer os grandes agentes responsáveis mundialmente pela mortalidade materna e contribuir para a redução deste número.

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