De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) as vulvovaginites e vaginoses são as causas mais comuns de corrimento vaginal patológico, sendo responsáveis por mais de 10 milhões de consultas médicas por ano. O diagnóstico de vaginite na maioria das vezes é feito por anamnese e exame clínico, para assim, realizar a prescrição de antibióticos ou antifúngicos orais ou vaginais. Mas será que o que vemos na clínica condiz com a microbiota vaginal real? Será que passamos o tratamento adequado para mais de 10 milhões de pacientes por ano?
Ouça também: Candidíase vaginal recorrente: caso clínico [podcast]
Análise recente
Recentemente foi publicado um estudo na Obstetrics & Gynecology comparando a microbiota vaginal obtida através da coleta da secreção vaginal da paciente e seu diagnóstico clínico. Com objetivo de avaliar se este diagnóstico condiz e se seu tratamento é feito de maneira correta. Afinal, hoje vivemos um sério problema de resistência bacteriana e fúngica, sendo prejudicial a prescrição de antibióticos e antifúngicos sem necessidade.
Conclusão
Segundo Broache (2021), a maioria das pacientes com diagnóstico de vulvovaginite clínico realmente apresentavam infecção bacteriana ou fúngica no exame laboratorial. Porém, as pacientes com exame clínico compatível com normalidade, em grande parte, apresentavam alteração da microbiota vaginal. De modo que os pesquisadores concluíram ser benéfico para as pacientes a associação do exame clínico com a avaliação da secreção vaginal laboratorial para prosseguir conduta frente a queixa de corrimento vaginal.
Referências Bibliográficas:
- Broache, Molly BSN, MSN; Cammarata, Catherine L. BS; Stonebraker, Elizabeth BS; Eckert, Karen MS; Van Der Pol, Barbara PhD, MPH; Taylor, Stephanie N. Performance of a Vaginal Panel Assay Compared With the Clinical Diagnosis of Vaginitis. Obstetrics & Gynecology. 2021;138(6):853-859. doi: 10.1097/AOG.0000000000004592.
- Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO. Manual de Orientação de Patologias do Trato Genital Inferior, 2010.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.