Ainda no primeiro dia da XV edição do Congresso Brasileiro de DST, do XI Congresso Brasileiro de AIDS e VI Congresso Latino-americano de IST/HIV/AIDS tivemos uma mesa sobre Diagnóstico das ISTs na era da biologia molecular, o que usar na prática diária.
O Dr. Paulo Giraldo, professor titular de ginecologia da Universidade Estadual de Campinas, falou sobre o uso nas infecções cervicais, uretrais e vaginais. De como a tecnologia da biologia molecular cresceu exponencialmente nos últimos anos. Com a maior oferta, o custo dos testes foi caindo e se tornando acessível.
A importância dos testes moleculares
Os agentes mais comuns das endocervicites são a clamídia, gonorreia e micoplasmas. O uso do teste de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) tem a maior acurácia para o diagnóstico.
O uso dos testes moleculares é fundamental pois a maioria das pacientes são assintomáticas, sendo importante lembrar que o diagnóstico precoce deve ser feito para evitar a progressão das doenças com sequelas futuras.
Biologia molecular nos casos de vaginites
No caso das vaginites, o uso da biologia molecular deve ser visto com cautela. Por exemplo, a presença da Candida sp não necessariamente significa a ocorrência de um quadro infeccioso de candidíase vulvovaginal. O mesmo pode ser dito no caso da presença da Gardnerella, que pode não implicar no diagnóstico de uma vaginose bacteriana e ser apenas um achado da flora.
Biologia molecular nos casos de úlceras genitais
O Dr. Ivo Castelo, professor titular da Universidade Federal do Ceará, palestrou sobre o uso em úlceras genitais.
A biologia molecular é muito útil para o diagnóstico diferencial de úlceras genitais, além de ter maior precisão. A partir daí entrarmos com o tratamento mais assertivo. As úlceras genitais infecciosas são causadas, com mais frequência, por herpes e sífilis, porém outros diagnósticos mais raros algumas vezes devem ser excluídos como cancro mole, donovanose e até mesmo o câncer.
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Biologia molecular nos casos de HPV
A Dra. Neide Boldrini, professora adjunta da Universidade Federal do Espírito Santo, falou sobre a infecção pelo HPV.
A palestrante reforçou que a infecção pelo HPV é a IST mais comum no mundo e que a prevalência da infecção é alta em pacientes jovens abaixo de 30 anos. A maioria das pessoas irá eliminar o vírus e outras ficarão com a infecção latente podendo reativar em algum momento da vida com queda imunológica.
As novas diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer de colo uterino vão se basear na biologia molecular, o PCR.
Devido ao maior risco, a pessoa com teste molecular identificando a presença do HPV 16 e/ou 18 deve ser encaminhada para a colposcopia independente do resultado da colpocitologia.
Mensagem prática
De um modo geral, o uso da biologia molecular deve ser preferido, quando disponível, nos casos com diagnósticos duvidosos e a definição do agente etiológico geralmente aumenta a adesão ao tratamento.
Confira todos os destaques dos Congressos Brasileiros de DSTs aqui!
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