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Ginecologia e Obstetrícia19 setembro 2025

Congresso Brasileiro PTGI - Síndrome Genitourinária da Menopausa (SGUM)

Durante o Congresso Brasileiro PTGI, a Dra. Caroline Oliveira palestrou sobre as medicações tópicas na síndrome genitourinária da Menopausa. Confira os detalhes!
Por Caroline Oliveira

Está sendo realizado em Goiânia/GO, o Congresso Brasileiro de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia. A Dra Caroline Oliveira, editora chefe de GO dos produtos digitais da Afya e professora de ginecologia da Universidade Federal Fluminense-RJ, traz os principais tópicos discutidos no evento. 

Mesa redonda sobre a Síndrome Genitourinária da Menopausa (SGUM) 

A Dra. Caroline Oliveira palestrou sobre as medicações tópicas. 

Sabemos que cerca de 50% das mulheres vão apresentar a sintomatologia da SGUM com grande impacto em suas qualidades de vida. 

As medicações tópicas hormonais com estrogênio são o tratamento padrão. Outras medicações hormonais tópicas com testosterona e DHEA não apresentam produtos comerciais aprovados no Brasil e carecem de bons estudos de longo prazo para avaliação de eficácia e segurança. 

As medicações tópicas não hormonais são os lubrificantes e hidratantes.  

São a 1ª linha de tratamento para mulheres que não querem ou não podem realizar as medicações hormonais. 

Os lubrificantes têm ação imediata com intuito de aliviar o atrito. Podem ser à base de água, silicone ou óleos. 

Os lubrificantes à base de água e silicone são compatíveis com os preservativos. 

Os lubrificantes oleosos, apesar de mais duradouros, podem romper os preservativos e causar alterações de flora e dermatites em algumas pacientes. 

Os hidratantes geralmente são compostos por ácido hialurônico como substância ativa principal e promovem uma adesão na mucosa vaginal melhorando a hidratação e elasticidade do tecido. Devem ser reaplicados a cada 2/3 dias. 

Os estrogênios vaginais podem ser encontrados em cremes, óvulos ou comprimidos vaginais. As formulações existentes são equivalentes em segurança e eficácia com raros eventos adversos segundo estudos atuais. 

A escolha deve ser individualizada, alinhando expectativas e necessidades de cada mulher. 

Tratamento da urgeincontinência urinária 

O professor Janio Serafin do DF falou sobre o tratamento da urgeincontinência urinária. 

A urgeincontinência é uma condição frequente na pós menopausa. O tratamento deve se iniciar com medidas primárias comportamentais como redução de ingesta de líquidos e evitar cafeína, álcool, bebidas gaseificadas. Fisioterapia e tratamento medicamentoso também são necessários com frequência.  

Os tratamentos medicamentosos podem ser feitos, inicialmente, com estrogênios tópicos. Também temos como opções os anticolinérgicos, agonistas B3 adrenérgicos (menos efeitos colaterais) e antidepressivos tricíclicos. 

Sempre Iniciar com baixas dosagens.e casos graves vão precisar de tratamentos combinados. 

O tratamento é multimodal e adaptado às necessidades das pacientes. 

Tratamento de câncer de mama ou pós radioterapia 

A professora Marcia Kamilos falou sobre a SGUM após tratamento de câncer de mama ou pós radioterapia. 

O tamoxifeno e os inibidores da aromatase são medicamentos usados após tratamento de câncer de mama. O tamoxifeno é um modulador seletivo do receptor de estrogênio que inibem os receptores em mulheres na pré menopausa.  

Importante ressaltar que os inibidores de aromatase não inibem os efeitos do estrogênio exógeno. 

Os tratamentos tópicos locais não hormonais são a primeira escolha para essas pacientes. 

A fisioterapia e energias locais mostram benefícios em alguns estudos. Faltam dados de longo prazo. 

A terapia combinada parece ser a mais útil. 

Os tratamentos hormonais com estrogênio podem ser seguros em mulheres que usam produtos locais com ultrabaixa dosagem e não estão em uso de inibidores da aromatase. 

Aconselhar e analisar risco-benefício em conjunto com o oncologista. 

No caso de mulheres que se submeteram à radioterapia pélvica, os dilatadores vaginais sao o método de primeira de tratamento e devem ser feitos precocemente. A fisioterapia pélvica deve ser associada e o acompanhamento multidisciplinar. 

Repercussões na sexualidade 

A Dra. Sylvia Cavalcanti do DF falou sobre as repercussões na sexualidade. 

Ressaltou que o comportamento humano é baseado em fuga da dor e busca do prazer. 

O despertar sexual depende da força do estímulo. A lubrificação vaginal se dá pela transudação da irrigação sanguínea local. A modulação dessa lubrificação se dá pela ação estrogênica.  

O hipoestrogenismo leva ao prejuízo da lubrificação, da elasticidade necessária para maior amplitude vaginal no ato sexual e resposta muscular para alcançar o orgasmo. 

A dispareunia, ou dor na relação sexual, é o sintoma mais frequente na SGUM levando à disfunção inicial desencadeando outras disfunções como o desejo sexual hipoativo e anorgasmia. 

Conversar com as pacientes sobre as modalidades terapêuticas hormonais e não hormonais já citadas e fazer escolhas individualizadas. 

Mensagem final: Um terço da vida das mulheres será na pós menopausa. Mais da metade terá algum sintoma da síndrome genitourinária, cursando com importante prejuízo na qualidade de vida e função sexual. Olhar com atenção e oferecer medidas seguras para alívio dos sintomas é fundamental para melhora da saúde global. 

Veja também outros destaques do Congresso Brasileiro PTGI: 

 

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