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Ginecologia e Obstetrícia25 setembro 2017

Como manejar os sintomas da menopausa em mulheres com história de câncer de mama?

Recomendações para o manejo dos sintomas da menopausa neste subgrupo de mulheres foram recentemente publicadas no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.

Por Juliana Festa

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A menopausa é o termo que designa a última menstruação, confirmada 12 meses sucessivos de amenorreia, resultante da cessação definitiva da atividade folicular ovariana, sendo parte normal do processo de envelhecimento da mulher.

As mulheres na pré-menopausa tratadas com quimioterapia também podem desenvolver menopausa prematura e consequentemente, sintomas graves relacionados à menopausa, incluindo distúrbios do sono, atrofia vulvovaginal, sintomas vasomotores, alterações de humor, sintomas depressivos, doenças cardiovasculares, osteopenia e osteoporose.

A terapia hormonal pode ajudar a aliviar esses sintomas, mas não é recomendada para as mulheres que tiveram câncer de mama.

Uma grande parcela das sobreviventes de câncer de mama experimentam sintomas da menopausa ou manifestações clínicas de deficiência de estrogênio. Recomendações para o manejo dos sintomas da menopausa neste subgrupo de mulheres foram recentemente publicadas no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.

RECOMENDAÇÕES:

  • Após o câncer de mama, as mulheres geralmente não devem ser tratadas com terapia hormonal na menopausa ou tibolona, mas devem otimizar o seu estilo de vida (cessação do tabagismo, perda de peso (se indicado), limitação ou restrição de álcool, manutenção de níveis adequados de vitamina D e cálcio, realização de dieta saudável e atividade física regular);
  • Terapias não farmacológicas para sintomas vasomotores, como terapia comportamental cognitiva, hipnose e acupuntura podem ser úteis, assim como lubrificantes vaginais e hidratantes;
  • Para mulheres com sintomas mais graves ou sinais de deficiência de estrogênio, agentes farmacológicos estão disponíveis para aliviar sintomas vasomotores e atrofia vulvovaginal e prevenir e tratar fraturas;
  • A terapia deve ser individualizada com base nas necessidades e objetivos de cada mulher;
  • Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina/noradrenalina e os gabapentinoides exercem efeitos benéficos nos sintomas vasomotores e na qualidade de vida;
  • O tratamento da atrofia vulvovaginal continua a ser uma área de necessidade não atendida;
  • O estrogênio vaginal de baixa dose é absorvido em pequenas quantidades com níveis sanguíneos que permanecem dentro do intervalo normal, mas podem potencialmente estimular células de câncer de mama ocultas e, embora pouco estudado, geralmente não são recomendados, particularmente para aquelas em inibidores da aromatase.
  • A dehidroepiandrosterona intravaginal e o ospemifene oral foram aprovados para tratar a dispareunia, um sintoma de atrofia vulvovaginal, mas a segurança após o câncer de mama ainda não foi estabelecida;
  • A terapia com laser está sendo utilizada para atrofia vulvovaginal, mas a eficácia de estudos controlados é escassa;
  • Terapias em desenvolvimento para uso futuro possível incluem lasofoxifene, inibidores de neuroquinina B, bloqueio de gânglio estrelado, testosterona vaginal e estetrol.

As opções não hormonais e terapias estão disponíveis para o tratamento de sintomas de depleção de estrogênio e problemas clínicos após o diagnóstico de câncer de mama. Destaca-se que a individualização do tratamento é essencial.

Veja também: ‘Osteoporose na pós menopausa – diagnóstico e tratamento recomendados pela nova diretriz’

Revisado por:

Referência:

  • Richard J Santen, Cynthia A Stuenkel, Susan R Davis, JoAnn V Pinkerton, Anne Gompel, Mary Ann Lumsden; Managing menopausal symptoms and associated clinical issues in breast cancer survivors. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, https://doi.org/10.1210/jc.2017-01138
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