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Ginecologia e Obstetrícia28 outubro 2018

Como gerenciar melhor a segunda fase do trabalho de parto?

Um estudo recente avaliou se o estímulo ao puxo imediato na segunda fase do trabalho do parto ou puxo tardio resultaria em menores taxas de morbidade. Confira os resultados.

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Foi publicado na revista JAMA em outubro de 2018 o resultado do ensaio clínico randomizado Effect of Immediate vs Delayed Pushing on Rates of Spontaneous Vaginal Delivery Among Nulliparous Women Receiving Neuraxial Analgesia, cujo objetivo era avaliar se o estímulo ao puxo imediato na segunda fase do trabalho de parto ou puxo tardio (60 minutos após), resultaria em maiores taxas de parto vaginal espontâneo e menores taxas de morbidade materna e neonatal.

Este ensaio clínico randomizado ocorreu em seis centros médicos dos EUA, entre maio de 2014 e dezembro de 2017, no qual incluíram nulíparas, com 37 semanas ou mais de gestação, admitidas em trabalho de parto ou para indução, sendo submetidas a analgesia neuroaxial.

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A randomização ocorria quando as participantes atingiam a dilatação cervical completa. O grupo puxo imediato (n = 1200) era instruído a realizar os esforços imediatamente. As participantes do grupo tardio ​​(n = 1204) foram instruídas a aguardar 60 minutos.

cesariana

Puxo imediato x puxo tardio no parto

Neste ensaio clínico, o desfecho primário foi parto vaginal espontâneo. Os desfechos secundários incluíram a duração total do segundo estágio, duração do impulso ativo, parto vaginal operatório, parto cesáreo, hemorragia pós-parto, corioamnionite, endometrite, lacerações perineais (≥ segundo grau) e morbidade neonatal que incluiu morte neonatal.

Entre 2.414 mulheres randomizadas (idade média de 26,5 anos), 2404 (99,6%) completaram o estudo. A taxa de parto vaginal espontâneo foi de 85,9% no grupo puxo imediato vs 86,5% no grupo tardio, e não houve diferença significativa (diferença absoluta, -0,6% [95% CI, -3,4% para 2,1%]; risco relativo, 0,99 [IC 95%, 0,96 a 1,03]).

Não houve diferença significativa em morbidade neonatal (7,3% para o grupo imediato vs 8,9% para o grupo tardio; diferença entre grupos, -1,6% [IC 95%, -3,8% a 0,5%] e lacerações perineais (45,9% vs 46,4%, respectivamente; diferença entre grupos, -0,4% [IC 95%, -4,4% a 3,6%]).

O grupo puxo imediato teve duração média significativamente menor do segundo estágio em comparação com o grupo tardio (102,4 vs 134,2 minutos, respectivamente; P <0,001), taxas mais baixas de corioamnionite (6,7% vs 9,1%, diferença entre grupos, -2,5% [IC 95%, -4,6% a -0,3%], P = 0,005), e menos hemorragias pós-parto (2,3% vs 4,0%; diferença entre grupos, -1,7% [IC 95%, -3,1% a -0,4%], P = 0,03).

Conclusão

Diante do exposto, entre as mulheres nulíparas que receberam anestesia neuroaxial, o momento da realização do puxo no segundo estágio do trabalho de parto não afetou a taxa de parto vaginal espontâneo. Essas descobertas podem ajudar nas decisões sobre o momento ideal de estimular o puxo no segundo estágio, quando considerado com outros desfechos maternos e neonatais.

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Referências:

  • Effect of Immediate vs Delayed Pushing on Rates of Spontaneous Vaginal Delivery Among Nulliparous Women Receiving Neuraxial Analgesia Robert L. Barbieri, MD, revisado Cahill AG et al. JAMA 2018 9 de outubro Sperling JD e Gossett DR. JAMA 2018 9 de outubro
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