Na mesa Vacinação – Presente e Futuro, realizada no 62º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO 2025), foram discutidos importantes pontos da vacinação em mulheres, gestantes e adolescentes.
Vacinação da gestante
A Dra. Cecília Maria Roteli, mestre e doutora pela UNICAMP, palestrou sobre a importância da vacinação durante o período gestacional para proteção não só da mãe, em período de maior vulnerabilidade, mas também para o seu futuro bebê.
Cerca de 70% da mortalidade pediátrica ocorre antes dos 5 anos e 50% em recém nascidos. A maioria dessas mortes são evitáveis através da imunização!
As vacinas recomendadas para gestantes e puérperas rotineiramente são:
- Influenza
- COVID-19
- Difteria
- Tétano
- Coqueluche (DTPa)
- Hepatite B (caso não tenha esquema completo)
A CONITEC aprovou a incorporação da vacina contra o vírus sincicial respiratório, importante causador das bronquiolites, e o anticorpo Niservimabe. A vacina deve estar disponível para gestantes pelo SUS no próximo semestre.
Vacinação da Mulher 60+
A Dra. Nilma Antas, professora titular de ginecologia da Universidade Federal da Bahia alertou sobre a necessidade de lembrança constante nas consultas médicas sobre a prevenção primária em um período da vida com a imunossenescência.
Cerca de 10% das pessoas com mais de 50 anos desenvolverão herpes zoster e podem apresentar alta taxa de sequelas. Recentemente foi liberada a vacina contra o vírus sincicial respiratório para idosos.
As vacinas recomendadas para mulheres 60+ são:
- Influenza
- Herpes zóster
- Vírus sincicial respiratório
- Pneumocócicas
- DTP a cada 10 anos
- COVID-19
Veja também: Vacinação e gravidez: quais vacinas são necessárias na gestação?
Importância da vacinação na fertilização assistida
A Dra. Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, realçou a grande desinformação sobre a necessidade da vacinação no período reprodutivo.
Diversos estudos mostram um excelente perfil de segurança das vacinas em casais que se encontram em tratamentos reprodutivos.
As doenças infecciosas podem afetar a qualidade embrionária, riscos gestacionais e de prematuridade. A hesitação vacinal contra a COVID-19 é alta apesar da doença ainda ser uma grande preocupação com relação à morbimortalidade em gestantes e motivo de inúmeras internações para lactentes.
Vacinas VSR
A Dra. Susana Aidé, professora associada da Universidade Federal Fluminense e presidente atual da comissão nacional especializada em Vacinas da FEBRASGO, palestrou sobre as novas vacinas VSR que estão sendo comercializadas recentemente e chegarão em breve no SUS.
A bronquiolite aguda por VSR é a principal causa de internações infantis. Também é um importante causador de doenças respiratórias em idosos.
A ANVISA aprovou duas vacinas contra VSR:
- Arexvy da GSK: para adultos 60+
- Abrysvo da Pfizer: para gestantes, de 18-59 anos com comorbidades e 60+
A maioria dos efeitos adversos descritos foram leves a moderados. Ambas reduziram em cerca de 70% o número de hospitalizações em idosos.
Vacina HPV nonavalente: há indicação de revacinar?
O Dr. Newton Carvalho, professor de ginecologia da Universidade Federal do Paraná, falou sobre um tema de dúvida frequente nos atendimentos.
Sabe-se que se a mulher finalizou a vacina contra HPV quadrivalente ou bivalente há mais de 1 ano, ela pode se revacinar com a vacina nonavalente.
A vacina HPV quadrivalente, disponível no SUS, protege contra os tipos de baixo risco 6 e 11, causadores de 90% dos casos de condilomas genitais, e os tipos de alto risco 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo uterino.
A vacina HPV nonavalente vai ampliar a cobertura contra outros 5 tipos de alto risco (31/33/45/52/58) evitando cerca de 90% dos casos de câncer de colo uterino.
A decisão de revacinar deve ser discutida e compartilhada com a paciente.
Estratégias para aumentar a cobertura vacinal da adolescente
O Dr. Valentino Magno, professor da universidade Federal do Rio Grande do Sul, falou da dificuldade na vacinação de meninas adolescentes. A dificuldade de acesso às consultas, falta de orientação e prescrição médica são algumas das barreiras encontradas.
Os estudos mostram que a prescrição médica aumenta em 10 vezes a chance da pessoa de fato se vacinar!
O 62° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO) acontece entre os dias 14 e 17 de maio, no Rio de Janeiro. Acompanhe a cobertura completa do CBGO 2025 aqui no portal Afya.
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