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Ginecologia e Obstetrícia21 maio 2023

ACOG 2023: Atualizações em endometriose

Endometriose em adolescentes e antagonistas GnRh no tratamento da endometriose foram alguns destaques discutidos no ACOG 2023.

O tema endometriose esteve muito presente no segundo dia do Annual Clinical & Scientific Meeting de 2023 (ACSM2023), o congresso anual do American College of Obstetricians and Gynecolgists (ACOG), tanto na apresentação de pôsteres, quanto nas discussões de palestras.

Novidades em 2023: Endometriose em adolescentes

A Professora Alla Vash-Margita trouxe uma visão geral e novas direções da The North American Society for Pediatric and Adolescente Gynecology (NASPAG) sobre endometriose em adolescentes.

Foi discutido o conceito de endometriose e dismenorreia primária e secundária e realçado que a principal causa da dismenorreia secundária é a endometriose.

A prevalência de endometriose em adolescentes com dor pélvica é de 64% e mesmo assim, o seu diagnóstico é atrasado em 5,4 anos nessa população versus 1,9 anos na população adulta.

O quadro clínico na adolescente é parecido com a da mulher adulta, com uma particularidade que mais de 90% das adolescentes com endometriose têm dor pélvica acíclica. Outros sintomas presentes em mais de 50% dessas pacientes são relacionados a sistema geniturinário e gastrointestinal.

A suspeita de dismenorreia secundaria em adolescentes faz-se na presença de severa dor pélvica após a menarca e com piora progressiva, dor acíclica, sangramento uterino anormal, história familiar e falha terapêutica no tratamento empírico

Para o diagnóstico além do exame clínico deve ser descartados gravidez, infecções sexualmente transmissíveis e patologias urinarias e intestinais. Dentre os exames de imagem, o ultrassom pélvico é a modalidade preferida.

No tratamento, destaca-se o uso farmacológico de contraceptivos hormonais, danazol e agonistas e antagonistas de GnRh (não liberados para adolescentes), além da cirurgia laparoscópica.

E por último o Global Consortium for Endometriosis enfatiza a necessidade de estudos de biomarcadores para a identificação não invasiva de endometriose, inclusive em adolescentes.

Confira os destaques do congresso ACOG 2023

Antagonistas GnRh no tratamento da endometriose

O congresso trouxe muitos resumos e pôster de trabalhos que avaliaram questões dos medicamentos orais Elugolix e Relugolix.

O Elugolix é um antagonista dos receptores do hormônio liberador de gonadotrofina, liberado pelo FDA para o tratamento de dor pélvica associada a endometriose em mulheres acima de 18 anos.

Ao contrário dos agonistas de GnRH, que induzem um estado hipoestrogênico por meio da supressão completa do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, os antagonistas de GnRH, como elagolix, suprimem parcialmente o estradiol.

Estudos mais recentes mostram o benefício no uso do elagolix com add-back terapia com estrogênio + progesterona para minimizar mais ainda efeitos hipoestrogênicos como perda de massa óssea. Um dos estudos desenvolvido na George Whashington University e apresentado em forma de pôster trouxe seus resultados parciais (fase 3) de um projeto que está avaliando a segurança do elagolix + add-back (ELA+AB) terapia em 48 meses de uso. Os resultados de 36 meses mostraram que ELA+AB continuou a manter um perfil de segurança favorável com efeito mínimo de longo prazo na massa óssea e sem eventos de segurança após 36 meses de uso. Combinado com dados de eficácia relatados anteriormente, esses dados sugerem que ELA+AB pode fornecer uma opção terapêutica de longo prazo para mulheres com dor pélvica associada a endometriose além de 24 meses. Esta foi a avaliação mais longa do ELA+AB até o momento.

Os outros estudos com Elagolix avaliaram sua resposta positiva na melhora de sintomas relacionados a leiomiomatose uterina, incluindo o sangramento uterino anormal.

O Relugolix combinado com estrogênio e progesterona (Relugolix-CT) foi aprovado pelo FDA em 2020 para tratamento de sangramento anormal em mulheres com leiomiomatose.

Os trabalhos apresentados no ACSM 2023 mostraram que o Relugolix-CT apresenta eficácia também no tratamento do sangramento uterino anormal em mulheres com endometriose e adenomisoe, com eficácia sustentada em 2 anos de uso.

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