A osteoporose está associada à histerectomia em pacientes não oncológicas?
A prevalência de osteoporose em mulheres acima de 50 anos nos Estados Unidos está acima de 15%, sendo fatores de risco importantes idade, baixo IMC, tabagismo, consumo pesado de álcool e deficiência estrogênica. A histerectomia associada à ooforectomia bilateral é um procedimento muito realizado para endometriose, prolapso uterino e anormalidades menstruais e afeta a conversão de testosterona em estrogênio.
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Foi publicado, esse mês, no Journal of the American Medical Association – (JAMA), um estudo com o objetivo de determinar o risco de osteoporose após histerectomia com ou sem ooforectomia. O estudo foi baseado em uma base de dados de saúde da Coreia do Sul, organizando uma coorte retrospectiva entre 2002 e 2020.
Métodos
O estudo incluiu um grupo histerectomia (pacientes do sexo feminino com idade entre 40 e 59 anos que tiveram o útero removido devido a condições benignas entre 2002 e 2011) e um grupo sem histerectomia (pacientes do sexo feminino com idade entre 40 e 59 anos que realizou um exame de saúde durante o mesmo período). Foram excluídos participantes que receberam código de diagnóstico para câncer, osteoporose ou fratura de um médico dentro de 365 dias após ingressar no estudo.
O desfecho primário estudado foi o risco de osteoporose e os resultados secundários incluíram o risco de fratura vertebral, fratura de quadril, outras fraturas e fratura total. A população do estudo incluiu 25.910 pacientes com idade média de 47 (44-50) anos e período de acompanhamento médio de 10,9 (9,4-12,7) anos.
Resultados
Na análise Cox estratificada-estendida proporcional, pacientes do sexo feminino submetidas à histerectomia sem cirurgia anexial foram associadas a um maior risco de osteoporose dentro de sete anos em comparação com mulheres que não foram submetidas à histerectomia (taxa de risco [HR], 1,28 [IC95%, 1,19-1,37]). Entretanto, o grupo histerectomia com cirurgia anexial teve uma associação com maior risco de osteoporose em comparação com a não histerectomia tanto dentro de 7 anos após o início do estudo (HR, 1,56 [IC 95%, 1,33-1,82]) e após 7 anos (HR, 1,20 [IC95%, 1,04-1,40]).
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No grupo de histerectomia sem procedimento cirúrgico anexial, os riscos de fratura vertebral, fratura de quadril e fratura total foram semelhantes às do grupo sem histerectomia e tendências semelhantes foram observadas no grupo histerectomia com procedimento cirúrgico anexial.
Conclusão e mensagem prática
Segundo o estudo, a histerectomia sem ooforectomia foi associada a um risco aumentado de osteoporose dentro de 7 anos, mas não depois, em comparação com o grupo sem histerectomia. Além disso, a histerectomia não foi associada a fraturas vertebrais e de quadril.
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