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Gastroenterologia18 maio 2023

ESPGHAN 2023: Terapias para tratamento da doença celíaca e constipação intestinal

Um grupo de estudos evidenciou terapias que estão emergindo como alternativas para o tratamento adjuvante da doença celíaca.

Por Jôbert Neves

A doença celíaca (DC) é definida como uma doença sistêmica autoimune, que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos, quando expostos ao glúten. Atualmente, cerca de 1% da população mundial é portadora da DC. 

A atual alternativa terapêutica para o tratamento da DC é a dieta de exclusão do glúten, resultando no controle dos sintomas e minimizando suas complicações.  

Apresentação no congresso

No 55th Annual Meeting of European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition (ESPGHAN 23), em Viena, Áustria, o grupo de estudos em DC evidenciou terapias que estão emergindo como alternativas para o tratamento adjuvante da DC, com destaque para a latiglutenase, duas enzimas que atuam na degradação, idealizada com objetivo de minimizar os sintomas em dos pacientes com DC quando expostos ao glúten.

Conforme apresentado em plenária, o uso da latiglutenase resultou em benefícios histológicos, sorológicos e na melhora dos sintomas. Os estudos seguem em fases finais e em breve novas conclusões mais fortes estarão disponíveis. 

Além deste, outro estudo interessante também foi apresentado no segundo dia do congresso, mas tratando do uso da toxina botulínica no tratamento de constipação intestinal funcional refratária.

Toxina botulínica para o tratamento de constipação?

A constipação intestinal faz parte do dia a dia dos gastropediatras e também dos pediatras gerais. Na maioria expressiva dos pacientes ele tem uma origem funcional, sem causa orgânica ou estrutural que justifique a sua presença. No entanto, alguns pacientes possuem dificuldade em estabelecer um hábito intestinal regular mesmo diante de um tratamento medicamentoso otimizado.  

Apesar da ausência de consenso em relação à definição de constipação intestinal refratária, sabe-se que aquele perfil de paciente com tempo prolongado de tratamento e com poucos resultados satisfatórios pode ser elegível para inclusão neste grupo.  

Diante desse perfil de pacientes novas estratégias terapêuticas ganham força como alternativa de tratamento, como a possibilidade do uso da toxina botulínica, como apresentando pelo grupo do Hospital Bambino Gesù, da Itália. Para sustentar a sua hipótese, o grupo apresentou artigos prévios que utilizaram a toxina e obtiveram resultados positivos em pacientes com constipação intestinal crônica e refratária, isso para aqueles que tinham alteração manométrica retal ou não, sendo a eficácia igual para os dois grupos.  

A proposta do grupo liderado pelo Dr. Renato Tambucci, é apresentar os dados clínicos dos pacientes associado a sua avaliação pela manometria anorretal.  

É importante ressaltar a necessidade de uma definição mais precisa em relação ao conceito de constipação intestinal refratária e além disso critérios bem estabelecidos de elegibilidade para o uso da toxina botulínica no esfincter anal, assim como a periodicidade de reaplicação nos pacientes pediátricos.

Confira aqui a cobertura completa do ESPGHAN 2023!

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