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Pediatria24 agosto 2022

Enterocolite necrosante: Hipotermia terapêutica para tratamento em recém-nascidos prematuros

Em 2021, foi realizado um projeto de melhoria da qualidade da enterocolite necrosante (ECN) e os resultados foram publicados nesse mesmo ano.

Em 2021, o departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto realizou um projeto de melhoria da qualidade da enterocolite necrosante (ECN) e os resultados foram publicados nesse mesmo ano. Sabe-se que a hipotermia controlada leve no tratamento de ECN é viável e está associada a uma diminuição em  indicações de cirurgia, intestino curto e óbito. 

No entanto, aspectos sobre a segurança do resfriamento e como fazer hipotermia terapêutica com baixa tecnologia para prematuros não foram descritos nesse artigo anterior . Assim, essa equipe de Ribeirão lançou um novo artigo  descrevendo as etapas e manejos para aplicação da hipotermia em prematuros em locais com poucas tecnologias, apresentando os aspectos de segurança quanto à iniciativa.  

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Métodos 

O projeto de melhoria da qualidade da enterocolite necrosante foi realizado em uma unidade de terapia intensiva num hospital de referência em neonatologia. Para tal artigo, foram selecionados 43 recém-nascidos (RN) prematuros com ECN (estágio de Bell modificado II/III). Desses, 19 no grupo controle (2015–2018) e 24 no grupo hipotermia (2018–2020). O grupo controle recebeu tratamento padrão. O grupo hipotermia recebeu tratamento padrão e foi submetido a resfriamento passivo (35,5°C, utilizado por 48 horas após o diagnóstico de ECN).  

Foi descrito como realizar o resfriamento de prematuros usando o servocontrole das incubadoras e a ocorrência e manejo da distermia durante o resfriamento, avaliando parâmetros hematológicos e gasométricos, distúrbios de coagulação, instabilidade clínica e distúrbios neurológicos. A incubadora foi desligada para tal procedimento e foi utilizada sonda esofágica para monitorar a temperatura a cada 15 minutos. Se a temperatura caísse, a incubadora era ligada com uma velocidade de reaquecimento de 0,5°C por hora.  

Resultados 

O peso médio foi de 1186 gramas e a idade gestacional média foi de 32 semanas. Não houve diferenças entre os índices hematológicos, parâmetros séricos (sódio, potássio, creatinina, lactato e bicarbonato), pH, pCO2 e pO2/FiO2 entre os grupos durante o tratamento e após o reaquecimento.  

Não foram observados distermia, bradicardia, instabilidade hemodinâmica, apneia, convulsões, sangramento, hemorragia peri-intraventricular ou qualquer alteração nos parâmetros ventilatórios devido à técnica de resfriamento em prematuros.  

Essa técnica simples foi realizada sem intercorrências através de uma avaliação rigorosa da equipe, com uma velocidade de resfriamento alvo de 0,5 °C por hora. A temperatura alvo foi atingida com sucesso entre a segunda e a terceira hora de vida com o controle da incubadora em 21 crianças; sacos de gelo foram usados ​​em apenas três casos. A temperatura foi mantida no nível esperado durante o período de resfriamento programado.

Leia também: B. infantis para recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer reduz taxas de enterocolite necrosante

Conclusão 

A hipotermia controlada leve para prematuros com enterocolite necrosante é segura e não se associa a efeitos adversos de segurança durante e após o resfriamento. O resfriamento de prematuros poderia ser realizado por meio de métodos passivos, utilizando o servocontrole das incubadoras para gerenciamento da temperatura. Esses bebês apresentaram variação de temperatura aceitável, sem distermia, atingindo e permanecendo na temperatura alvo com velocidade de resfriamento adequada. A temperatura controlada suave para bebês prematuros não precisa de um dispositivo de resfriamento adicional. 

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Referências bibliográficas

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