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Gastroenterologia29 março 2023

10 razões para aprender a tratar obesidade

Tratar a obesidade gera um grande impacto na vida dos pacientes e ajuda a prevenir as consequências graves da enfermidade.

Hipócrates, o pai da medicina, afirmou que “toda doença começa no intestino”. Uma das doenças mais desafiadoras da era moderna é a obesidade, a qual exerce grande pressão sobre os sistemas de saúde do mundo. O gastroenterologista e hepatologista recebe muitos pacientes com comorbidades decorrentes da obesidade e, portanto, deve se atentar ao tratamento dessa patologia como parte de um grupo multidisciplinar.

Leia também: Consequências da obesidade na gestação

10 razões para aprender a tratar obesidade

Recentemente, Camilleri e colaboradores publicaram uma revisão sobre o tema e elencaram pelo menos 10 razões para que o Gastroenterologista e o Hepatologista saibam como tratar a obesidade:

  • A obesidade é um fator de risco para diversas doenças gastrointestinais, pancreáticas e hepáticas. Cita-se como exemplo, doença hepática gordurosa não alcoólica, doença do refluxo gastroesofágico, doença diverticular colônica, neoplasia colorretal, pancreatite, colelitíase, doença inflamatória intestinal pós cirurgia bariátrica, entre outras.
  • O tratamento da obesidade a partir do momento em que os pacientes se apresentam em clínicas de gastroenterologia e hepatologia tem potencial para impactar e prevenir as consequências graves da obesidade.
  • Os gastroenterologistas empregam tratamentos direcionados à estrutura gastrointestinal, incretinas e função metabólica que podem tratar a obesidade. Esses tratamentos variam desde a inibição da lipase pancreática com orlistate até a endoscopia bariátrica, cirurgia bariátrica e o uso de terapias combinadas que exploram mecanismos metabólicos e gastrointestinais. Destaca-se o uso de semaglutida, liraglutida e tirzepatida no tratamento da doença hepática gordurosa não alcoólica, as quais têm o potencial de induzir ao emagrecimento, além de tratar diabetes mellitus.
  • Os gastroenterologistas devem compreender os efeitos das incretinas além do controle glicêmico. Esses efeitos incluem aumento da saciedade, diminuição do apetite, retardo do esvaziamento gástrico e monitoramento de efeitos adversos biliares, como colelitíase. Por vezes, os gastroenterologistas recebem pacientes com sintomas dispépticos ou cólica biliar, associados ao uso de análogos de GLP-1.
  • Uma equipe multidisciplinar, composta por gastroenterologistas, nutricionistas, médicos de estilo de vida, endocrinologistas, nutrólogos e cirurgiões bariátricos, é essencial para o manejo da obesidade a longo prazo.
  • A obesidade pode afetar significativamente o tratamento e as complicações das doenças inflamatórias intestinais: aumenta a probabilidade de não resposta ao tratamento com inibidores de TNF-alfa e se associa a piores resultados (diminuição da qualidade de vida e aumento do risco de falha a longo prazo do reservatório ileal) em pacientes com retocolite ulcerativa submetidos à anastomose íleo-anal.
  • A obesidade pode afetar mais de uma doença do trato gastrointestinal ou hepática no mesmo paciente. Por exemplo, sabe-se que a doença hepática gordurosa não alcoólica é a principal doença hepática dos pacientes portadores de doença inflamatória intestinal, com prevalência de 30,7%.
  • Os gastroenterologistas têm oportunidades de resolver as comorbidades da obesidade em pacientes pós-transplante de fígado. Os resultados perioperatórios e de longo prazo da cirurgia bariátrica, especialmente a gastroplastia vertical (Sleeve), em pacientes obesos submetidos a transplante de fígado, mostram que a cirurgia bariátrica pode ser realizada com segurança no contexto do transplante hepático e resultar na melhoria das comorbidades relacionadas à obesidade.
  • A obesidade é fortemente influenciada pelo microbioma intestinal. O microbioma intestinal afeta o peso corporal por meio da modulação do metabolismo, apetite, metabolismo dos ácidos biliares e dos sistemas hormonais e imunológicos. Diversas pesquisas estão sendo feitas para tentar modular a microbiota intestinal e tratar inúmeras patologias associadas.
  • O tratamento com transplante de microbiota fecal pode melhorar a tolerância à glicose. Evidências recentes sugerem que a transplante de microbiota fecal melhora o metabolismo bacteriano dos ácidos biliares intestinais e retarda o desenvolvimento da intolerância à glicose em pacientes obesos metabolicamente saudáveis em relação ao grupo controle com placebo. No entanto, até o momento, não foi demonstrado que o transplante seja capaz de afetar a perda de peso pré e pós-cirurgia bariátrica na obesidade grave.
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Referências bibliográficas

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