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Formação21 janeiro 2019

Burnout e depressão continuam a crescer entre médicos

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Medscape, com mais de 15 mil médicos, as taxas de burnout, depressão e suicídio aumentaram no último ano.

Por Vanessa Thees

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

De acordo com os resultados de uma pesquisa realizada pelo Medscape, com mais de 15 mil médicos, as taxas de burnout, depressão e suicídio aumentaram no último ano. Urologistas e mulheres são os profissionais mais afetados pelo esgotamento profissional.

burnout

Sobre o burnout

O burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, afeta milhões de trabalhadores ao redor do mundo. Ele pode comprometer o trabalhador em três âmbitos: individual (físico, mental e social), organizacional (conflito com colegas e piora da qualidade/produtividade) e profissional (negligência, lentidão e impessoalidade com colegas e terceiros). Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Perda do entusiasmo;
  • Distanciamento emocional;
  • Exaustão;
  • Perda do sentimento de realização pessoal;
  • Sentimentos de cinismo.

Um estudo recente publicado no Lancet evidenciou que metade dos médicos norte-americanos experimenta, pelo menos, um sintoma da síndrome atualmente. O cenário no Brasil possivelmente acompanha a tendência. Veja mais em nosso vídeo:

Burnout, depressão e suicídio: dados atualizados

De acordo com a mais recente pesquisa do Medscape, 44% dos médicos entrevistados reportaram sofrer de burnout, 11% se definiram como “deprimidos” e 4% receberam o diagnóstico de depressão. As especialidades com mais indivíduos com esgotamento profissional foram:

  1. Urologia (54%)
  2. Neurologia (53%)
  3. Medicina Física e Reabilitação (52%)
  4. Medicina Interna (49%)
  5. Medicina de Emergência (48%)
  6. Medicina de Família (48%)
  7. Endocrinologia (47%)
  8. Infectologia (46%)
  9. Cirurgia Geral (46%)
  10. Gastroenterologia (45%)

Entre homens e mulheres, as taxas de burnout foram maiores entre profissionais do sexo feminino.

Fatores que contribuem para o burnout

Os participantes da pesquisa citaram os principais motivos que os levaram a se estressar e se desmotivar no trabalho. Entre eles estão o excesso de burocracia (paperwork), passar muitas horas no trabalho e aumento da “computatorização” da prática (ex: uso de prontuário eletrônico).

Pensamentos suicidas

A pesquisa mostrou também que o número de médicos que têm pensamentos suicidas aumentou no último ano. No total, 14% reconheceram pensar em suicídio, mas apenas 1% alegou ter tentado se suicidar.

Quando questionados sobre buscar ajuda para tratar o esgotamento profissional, apenas 13% dos entrevistados revelaram estar em tratamento. Mais da metade dos médicos (64%) nunca procurou ajuda profissional. Entre os motivos para isso, estão “não achar que os sintomas são graves o suficiente” e “achar que pode resolver sozinho o problema”.

Perfil dos entrevistados

No total, 15 mil médicos foram entrevistados; entre eles, 62% eram do sexo masculino. As idades variaram entre 28 a 70 anos.

Burnout: quase metade dos médicos na Residência sofre com o distúrbio

Referências:

  • Burnout Rises Above 50% in Some Specialties, New Survey Shows – Medscape – Jan 17, 2019.

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