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De acordo com os resultados de uma pesquisa realizada pelo Medscape, com mais de 15 mil médicos, as taxas de burnout, depressão e suicídio aumentaram no último ano. Urologistas e mulheres são os profissionais mais afetados pelo esgotamento profissional.
Sobre o burnout
O burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, afeta milhões de trabalhadores ao redor do mundo. Ele pode comprometer o trabalhador em três âmbitos: individual (físico, mental e social), organizacional (conflito com colegas e piora da qualidade/produtividade) e profissional (negligência, lentidão e impessoalidade com colegas e terceiros). Entre os sintomas mais comuns estão:
- Perda do entusiasmo;
- Distanciamento emocional;
- Exaustão;
- Perda do sentimento de realização pessoal;
- Sentimentos de cinismo.
Um estudo recente publicado no Lancet evidenciou que metade dos médicos norte-americanos experimenta, pelo menos, um sintoma da síndrome atualmente. O cenário no Brasil possivelmente acompanha a tendência. Veja mais em nosso vídeo:
Burnout, depressão e suicídio: dados atualizados
De acordo com a mais recente pesquisa do Medscape, 44% dos médicos entrevistados reportaram sofrer de burnout, 11% se definiram como “deprimidos” e 4% receberam o diagnóstico de depressão. As especialidades com mais indivíduos com esgotamento profissional foram:
- Urologia (54%)
- Neurologia (53%)
- Medicina Física e Reabilitação (52%)
- Medicina Interna (49%)
- Medicina de Emergência (48%)
- Medicina de Família (48%)
- Endocrinologia (47%)
- Infectologia (46%)
- Cirurgia Geral (46%)
- Gastroenterologia (45%)
Entre homens e mulheres, as taxas de burnout foram maiores entre profissionais do sexo feminino.
Fatores que contribuem para o burnout
Os participantes da pesquisa citaram os principais motivos que os levaram a se estressar e se desmotivar no trabalho. Entre eles estão o excesso de burocracia (paperwork), passar muitas horas no trabalho e aumento da “computatorização” da prática (ex: uso de prontuário eletrônico).
Pensamentos suicidas
A pesquisa mostrou também que o número de médicos que têm pensamentos suicidas aumentou no último ano. No total, 14% reconheceram pensar em suicídio, mas apenas 1% alegou ter tentado se suicidar.
Quando questionados sobre buscar ajuda para tratar o esgotamento profissional, apenas 13% dos entrevistados revelaram estar em tratamento. Mais da metade dos médicos (64%) nunca procurou ajuda profissional. Entre os motivos para isso, estão “não achar que os sintomas são graves o suficiente” e “achar que pode resolver sozinho o problema”.
Perfil dos entrevistados
No total, 15 mil médicos foram entrevistados; entre eles, 62% eram do sexo masculino. As idades variaram entre 28 a 70 anos.
Burnout: quase metade dos médicos na Residência sofre com o distúrbio
Referências:
- Burnout Rises Above 50% in Some Specialties, New Survey Shows – Medscape – Jan 17, 2019.
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