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Está difícil conciliar os estudos com trabalho, vida social e outras atividades? Felizmente, décadas de pesquisa em neurociência geraram diversas técnicas, muitas das quais você provavelmente nunca ouviu falar de antes. Veja 5 técnicas para te dar aquela ajudinha na hora de estudar:
1. Testes, testes, testes
Você, provavelmente, associa provas ao fim da experiência de aprendizagem e não como parte dela, mas ao longo da última década pesquisadores estão desbancando essa crença: foi comprovado que testes são a maneira mais eficaz de reter conhecimento, em relação às formas menos ativas de estudo, como reler informação ou rever palestras. Assim, é importante encontrar oportunidades para testar a si mesmos com flashcards e perguntas, de preferência todos os dias ou semanalmente, para garantir que você está realmente absorvendo o material.
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2. Repetição espaçada
Repetição espaçada não é uma técnica inovadora, mas só agora está sendo amplamente adotada por alunos e professores. O conceito é: espaçar seus estudos ao longo do tempo, ao invés de acumular tudo. Essa técnica “encurta” a sua curva de esquecimento e ajuda a reter informações por mais tempo.
O motivo pela qual a sobrecarga de estudos persiste como um comportamento popular é porque, muitas vezes, ela é mais eficaz a curto prazo. Estudar a noite toda pode te ajudar a passar na prova do dia seguinte, mas um mês mais tarde você vai ter esquecido grande parte da informação. Mais importante ainda, a repetição espaçada não apenas ajuda a reter informações, como também auxilia no desenvolvimento de habilidades.
3. Prática intercalada
Digamos que você quer aprender os conceitos A, B e C. No modelo tradicional de educação, você tem que dominar cada curva, uma atrás da outra: AAABBBCCC. A prática intercalada seria, por exemplo: ABCBCABAC.
Semelhante a repetição espaçada, o intercalamento pode não ser tão eficaz a curto prazo, mas é mais eficaz a longo prazo. Isso ocorre porque estudar tudo de uma vez muitas vezes se torna um processo passivo, onde o seu cérebro entra no “piloto automático”; já intercalando, faz você pensar através de cada conceito todas as vezes e ajuda você a descobrir como eles se sobrepõem e diferem.
4. Associações de memória
Você já teve dificuldade em lembrar o nome de alguém, mesmo sabendo de onde essa pessoa é? Isso pode, em parte, ser explicado pelo paradoxo de Baker-baker, que basicamente descreve porque é mais fácil de lembrar o que alguém faz do que o seu nome. O nome é simplesmente uma seqüência de letras, já a profissão é um conceito sugestivo que ajuda a formar associações. Quanto mais associações você formar a algo que você está tentando aprender, mais provável que você se lembre disso no futuro, porque há mais “caminhos” até essa informação.
5. Motivação, capacidade e gatilho
Agora que você sabe algumas técnicas para aprender de forma mais eficiente, como fazer delas um hábito? É aí que o modelo comportamental de Fogg pode mudar sua vida (e ajudá-lo a aconselhar melhor seus futuros pacientes). O cientista comportamental BJ Fogg fala que a mudança de comportamento depende de três variáveis: motivação, capacidade e gatilho. Se você pensar sobre qualquer comportamento – exercício, parar de fumar ou estudar – você precisa de um certo nível de motivação e capacidade, seguido por um gatilho, para implementar o comportamento.
Por exemplo, digamos que você quer estudar novos materiais e rever conceitos com uma frequência diária. Sua motivação é o desejo de ir bem nas provas e, mais importante, atender melhor seus pacientes. Você pode aumentar essa motivação através do envolvimento de práticas sociais como grupos de estudo. Já para a sua capacidade, você pode utilizar aplicativos que tornem esse material facilmente acessível, onde quer que esteja como, por exemplo, o Whitebook. Finalmente, você pode acionar o comportamento através de e-mails de lembrete, mensagens de texto ou notificações por push.
Referências:
- Shiv M. Gaglani, M. Ryan Haynes. 5 Study Techniques Every Clinical Student Should Know. Medscape. Aug 27, 2015.
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