O diabetes tipo 2 (DM2) é uma das doenças crônicas mais prevalentes e leva a uma taxa considerável de morte e ônus social em todo o mundo. Muitos adultos com DM2 eventualmente necessitam de insulinoterapia. No entanto, menos de um terço dos pacientes com DM2 tratados com insulina atingem seus objetivos de gerenciamento do diabetes. Esse controle glicêmico abaixo do ideal é atribuído, em parte, à complexidade da prescrição, à inércia clínica e ao medo de hipoglicemia na titulação da insulina.
Diversas tecnologias digitais surgiram para auxiliar o gerenciamento do controle glicêmico, incluindo cálculos de dose, algoritmos de titulação de insulina baseados em inteligência artificial (IA) e sistemas de administração de insulina em circuito fechado. No entanto, apenas um número limitado de abordagens considera as características diversas e dinâmicas do DM2.
Metodologia
Esse é um estudo multicêntrico, cego simples e randomizado realizado em enfermarias de endocrinologia de três centros médicos em pacientes adultos com níveis de HbA1c entre 7% e 11% que receberam tratamento antidiabéticos nos três meses anteriores.
O objetivo foi descobrir se um sistema de apoio à decisão insulina baseado em inteligência artificial (IA) para controle glicêmico em pacientes com DM2 hospitalizados seria inferior à terapia padrão.
Resultados encontrados e discussão
O desfecho primário foi a proporção de tempo no alvo de glicose (70-180 mg/dL) durante o período de estudo de cinco dias, medida com CGM (monitoramento contínuo da glicose). Os desfechos secundários incluíram a proporção de tempo em que o nível de glicose esteve acima da faixa-alvo (180-250 ou >250 mg/dL) ou abaixo da faixa-alvo (54-70 ou <54 mg/dL), concentração média de glicose no sensor, indicador de manejo da glicose, variabilidade da glicose (definida como o coeficiente de variação da glicose no sensor), concentração média de glicose capilar pré-prandial e ao dormir e a dose média diária total de insulina durante o período de intervenção de cinco dias.
Conclusão
O sistema de IA demonstrou não inferioridade em relação à decisão de médicos endocrinologistas experientes na titulação de insulina em ambiente hospitalar, indicando seu potencial como uma ferramenta favorável e segura para titulação de insulina em pacientes com diabetes tipo 2.
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