Logotipo Afya
Anúncio
Endocrinologia3 dezembro 2025

Seguimento de pessoas com anticorpos para DM1 conforme a diretriz brasileira

Diretriz brasileira orienta o seguimento de pacientes com anticorpos positivos para DM1. Veja recomendações por idade e estágio.
Por Ícaro Sampaio

Em novembro de 2025, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) publicou uma nova diretriz sobre o rastreamento do Diabetes Mellitus tipo 1. De forma semelhante ao que havia sido feito pela American Diabetes Association em 2024, a SBD apresentou recomendações sobre o acompanhamento de pacientes que, ao serem rastreados, foram detectados com anticorpos positivos. De forma didática, dividiremos aqui as estratégias de acompanhamento em dois grupos: pacientes com apenas um anticorpo presente e aqueles com DM1 pré-clínico (dois ou mais anticorpos, sendo o estágio 1 sem disglicemia, e o estágio 2 com alterações glicêmicas em níveis de pré-diabetes). 

  1. Pacientes com apenas 01 anticorpo positivo 

Para crianças com um único autoanticorpo positivo detectado em programa de rastreamento e confirmado com teste adicional, deve ser considerado repetir as dosagens de autoanticorpos com avaliação do perfil glicêmico, instituindo o monitoramento periódico de acordo com a faixa etária: 1) para crianças de menos de 3 anos semestralmente nos primeiros três anos e anualmente por mais três anos; 2) para crianças com 3 anos de idade ou mais: anualmente por três anos. A repetição de dosagens permite identificar se a positividade é persistente e se há progressão a DM1 pré-clínico ou clinicamente evidente. Crianças com positividade isolada persistente para um único autoanticorpo não apresentam alto risco de progressão quando comparadas àquelas com múltiplos autoanticorpos positivos. 

Para adultos com um único autoanticorpo positivo e confirmado, detectado em rastreamento para DM1, deve ser considerado monitoramento glicêmico anual, caso haja fatores de risco (parente de 1º grau com DM1, alto risco genético, disglicemia ou história de hiperglicemia em período de estresse). Se não houver fatores de risco, o monitoramento pode ser trienal. 

A avaliação glicêmica inclui, para crianças com um anticorpo, dosagem de HbA1c e glicemia venosa ou capilar randômica. Para adultos com um anticorpo positivo, apenas dosagem de HbA1c. 

  1. Pacientes com DM1 pré-clínico (estágio 1 e estágio 2)   

Para crianças com DM1 pré-clínico, deve ser considerado monitorar a glicose durante doenças intercorrentes (por glicemia capilar e/ou monitorização contínua de glicose, quando disponível) e realizar avaliações glicêmicas periódicas, conforme a faixa etária e o estágio do DM1, visando detecção precoce de progressão e de anormalidades da glicose que necessitem tratamento imediato 

A avaliação glicêmica periódica deve ser: 1) trimestralmente para crianças com DM1 estágio 2 de qualquer idade ou estágio 1 abaixo de 3 anos de idade;  2) semestralmente para DM1 estágio 1 de 3 a 9 anos de idade.  3) Anualmente, para crianças com DM1 estágio 1 acima de 9 anos e abaixo de 18 anos de idade. A avaliação glicêmica deve ser feita, para crianças com DM1 estágio 1, com exames capazes de preencher critérios para o estágio 2 e para crianças com DM1 estágio 2, com exames capazes de preencher critérios para o estágio 3. 

Para adultos com DM1 pré-clínico, a diretriz orienta considerar o monitoramento glicêmico periódico, para permitir diagnóstico precoce de DM 1 estágio 3 e reduzir o risco de CAD, de acordo com o estágio da doença: no estágio 1: anual por 5 anos, passando para bienal a partir de então; 2) no estágio 2: semestral. 

A avaliação glicêmica deve ser feita, nos adultos com estágio 1, com a dosagem de HbA1c e nos adultos com estágio 2, dosagem de HbA1c mais um exame adicional como monitorização frequente de glicemias capilares ou TTGO com 2 horas de duração. 

Autoria

Foto de Ícaro Sampaio

Ícaro Sampaio

  • Graduação em medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco
  • Residência em Clínica Médica pelo Hospital Regional de Juazeiro - BA
  • Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da UFPE
  • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
  • Médico endocrinologista no Hospital Esperança Recife e Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Endocrinologia