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Endocrinologia6 novembro 2025

Revisão sistemática sobre adrenarca precoce e risco metabólico

Adrenarca precoce é um excesso de andrógenos adrenais pré-puberais e sintomas hiperandrogênicos, é considerada um precursor da síndrome dos ovários policísticos.

Adrenarca precoce refere-se ao desenvolvimento precoce da adrenarca antes dos 8 anos de idade em meninas e 9 anos em meninos.

A adrenarca precoce (AP), caracterizada por excesso de andrógenos adrenais pré-puberais e sintomas hiperandrogênicos, é considerada um precursor da síndrome dos ovários policísticos (SOP), o distúrbio endócrino mais comum em mulheres adulta. Mulheres com SOP têm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2, dislipidemia e esteatose hepática.

A presente metanálise reúne marcadores clínicos e bioquímicos associados à disfunção metabólica e sugere uma maior probabilidade de distúrbios metabólicos na AP, caracterizados por níveis mais elevados de insulina em jejum em crianças geralmente mais altas e mais pesadas.

Metodologia

Esse estudo, publicado em agosto de 2025 na revista European Journal of Endocrinology, é uma revisão sistemática e metanálise que avaliou parâmetros de risco metabólico em crianças com AP em comparação com controles pareados no momento do diagnóstico.

Resultados encontrados e discussão

Vinte e cinco estudos de caso-controle relataram dados de 694 crianças com AP e 567 controles saudáveis ​​(meninos e meninas). Os escores de desvio padrão (SDS) de altura, peso e índice de massa corporal foram significativamente maiores no grupo com AP do que no grupo controle. Crianças com AP também apresentaram níveis de insulina em jejum (IJ) mais elevados do que os controles. Outros marcadores de risco metabólico, como glicemia de jejum, HOMA-IR, glicemia e insulinemia médias durante o teste oral de tolerância à glicose e perfil lipídico em jejum, não diferiram entre crianças com AP e controles.

 

Conclusão

Crianças com AP são mais altas, mais pesadas e apresentam níveis de IJ mais elevados do que seus pares saudáveis ​​no momento do diagnóstico. O estudo observou heterogeneidade significativa nos desfechos relatados, com um número geralmente pequeno de participantes nos estudos incluídos.

Estudos em larga escala, com avaliação abrangente e unificada e acompanhamento em longo prazo, são necessários para explorar a extensão da disfunção metabólica que pode se desenvolver ao longo do tempo.

 

 

Autoria

Foto de Letícia Japiassú

Letícia Japiassú

Médica endocrinologista com Residência Médica em Clínica Médica pelo Hospital Municipal Souza Aguiar (2008) e especialização pela Associação Brasileira de Nutrologia (2020). Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2006).

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