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Endocrinologia16 julho 2018

Reposição de testosterona em homens com hipogonadismo: veja as novas recomendações

Reposição de testosterona em homens com hipogonadismo é um tema controverso. Veja as novas indicações, esquemas e efeitos colaterais do uso de androgênios.

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Reposição de testosterona em homens com hipogonadismo é um tema bastante controverso. Visando um maior esclarecimento sobre as indicações, esquemas, controle e efeitos colaterais do uso de androgênios, vou apresentar de forma bem resumida o último guideline da EndoSociety sobre este assunto, publicado em maio de 2018.

Recomendações:

1) O diagnóstico de hipogonadismo em homens se dá se houver sinais e sintomas de deficiência de testosterona e exame de sangue evidenciando diminuição da testosterona livre e/ou total (dosar testosterona livre especialmente naqueles pacientes em que há suspeita de alteração da SHBG). Esses exames devem ser repetidos e dosados sempre pela manhã em jejum (dias alternados).

2) Não é recomendado screening de rotina (dosar testosterona livre e/ou total) na população geral (homens sem sintomas).

3) Após a confirmação do hipogonadismo, deve-se realizar a distinção entre doença primária (testicular) X secundária (central) através da dosagem dos hormônios FSH e LH.

4) Recomenda-se avaliação adicional e diagnóstico adequado da etiologia do hipogonadismo, seja ele central ou testicular.

5) A reposição hormonal está indicada para melhorar os sintomas e para manutenção dos caracteres sexuais secundários masculinos.

LEIA MAIS: Disfunção erétil masculina – como o generalista pode abordar?

6) A terapia androgênica está contraindicada em homens: que desejam ser pais a curto prazo, com CA de mama, com CA de próstata ou suspeita de doença prostática (nesse último caso pode se abrir exceção se o urologista concordar), com hematócrito elevado, com apneia obstrutiva do sono grave, com IC grave, com AVE ou IAM há menos de 6 meses e com trombofilia.

7) Deve-se sempre discutir o risco de doença prostática com o benefício do tratamento em todos os homens, mesmo sem nenhuma evidência atual de doença na próstata.

8) Em homens com mais de 65 anos de idade, devemos individualizar o tratamento, já que na maioria destes pacientes ocorre declínio natural da testosterona, e tal processo deve ser encarado como algo fisiológico.

9) O controle e monitorização do paciente devem ser realizados após o início da terapia e incluem: avaliação urológica, pesquisa de efeitos colaterais e questionamento sobre melhora dos sintomas.

10) O alvo do tratamento é manter as concentrações de testosterona no limite médio segundo o exame realizado, além de dosar hematócrito (Ht) de controle, caso ocorra aumento expressivo do Ht, avaliar redução ou suspensão do tratamento.

Em caso de dúvidas, podem entrar em contato através o e-mail: [email protected].

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Referências:

  • Testosterone Therapy in Men With Hypogonadism: An Endocrine Society* Clinical Practice Guideline
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