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Saúde6 outubro 2021

Pesquisa indica que brasileiros com diabetes reduziram o controle da doença na pandemia

Milhares de brasileiros com diabetes reduziram o controle da doença por conta da pandemia, segundo dados de uma pesquisa.

Por Úrsula Neves

Milhares de brasileiros com diabetes reduziram o controle da doença por conta da pandemia, segundo dados de uma pesquisa coordenada pelo vice-presidente da International Diabetes Federation (IDF), Mark Ugliara Barone, que também é membro do Departamento de Educação da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Realizada com 1.701 pacientes, o levantamento mostrou como a pandemia por Covid-19 alterou o dia a dia dessas pessoas em relação ao controle do diabetes, incluindo o padrão de alimentação, atividade física, acesso a medicamentos e serviços de saúde.

“O distanciamento social ou físico era esperado para que esses indivíduos estivessem protegidos. Ao mesmo tempo, não sabíamos nada sobre os impactos que isso teria sobre a rotina e os comportamentos dessas pessoas, o que acabou levando à piora da glicemia de boa parte dessa população. Como se sabe, o aumento dos níveis ou da variabilidade da glicemia leva esses indivíduos a um grupo de risco ainda muito mais elevado para gravidade da Covid-19, se infectados”, disse o médico e pesquisador Mark Ugliara Barone.

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Pesquisa indica que brasileiros com diabetes reduziram o controle da doença por conta da pandemia

Resultados do estudo

Entre os resultados da pesquisa, destaca-se que 95,1% dos entrevistados reduziram a frequência de sair de casa; entre aqueles que monitoram a glicose no sangue em casa durante a pandemia (91,5%), a maioria (59,4%) experimentou um aumento, uma diminuição ou uma maior variabilidade nos níveis de glicose; 38,4% postergaram consultas médicas e/ou exames de rotina; e 59,5% reduziram a atividade física.

O grupo formado por pessoas mais jovens foi o mais suscetível a apresentar sintomas de Covid-19, apesar de não estar sendo testado; enquanto o outro grupo apresentou maior frequência de comorbidades para a doença.  

Para o controle da enfermidade é fundamental que os pacientes sigam uma rotina de cuidados em relação à alimentação, ao uso de medicamentos e controle de glicemia, que não podem parar em tempos de pandemia.  

“Notamos uma redução da atividade física e a piora no controle dos níveis de açúcar no sangue dos pacientes, dois fatores importantes para o acompanhamento do quadro clínico e para evitar complicações e internações hospitalares”, destacou o endocrinologista Fadlo Fraige Filho, presidente da ANAD.

O especialista lembrou que o diabetes pode trazer múltiplas complicações quando não é tratado adequadamente e controlado, como a hipertensão arterial, a insuficiência renal e a arteriosclerose.

Comunicação é aliada do tratamento

Fadlo Fraige Filho recomenda que os médicos ressaltem a importância do acompanhamento regular entre os seus pacientes, com a necessidade de realização dos exames clínicos de controle da enfermidade a cada três meses. “Só através desse acompanhamento médico é possível detectar se há alguma complicação e qual o tratamento mais adequado para o diagnóstico”, afirmou.

O endocrinologista destacou ainda que o diabetes é conhecido como uma doença silenciosa e que a prevenção é uma ferramenta poderosa contra a enfermidade. “Conscientizar, orientar e esclarecer é uma arma fundamental nesta luta para salvar vidas e evitar as graves complicações”.

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Neste sentido, foi criada a campanha de conscientização “Dialogue a Diabetes”, que visa ampliar o conhecimento da população sobre o diabetes e sobre a importância do diagnóstico precoce da enfermidade.  

A ação é uma parceria entre a ANAD e a farmacêutica Genomma Lab. A iniciativa, lançada em junho deste ano, conta atualmente com filmes na TV Aberta. São dez vídeos educativos com diferentes abordagens sobre o diabetes, que contam com a participação do endocrinologista Fadlo Fraige Filho e o jornalista Tom Bueno, diagnosticado com diabetes tipo 1 há 15 anos. Os vídeos podem ser acompanhados na grade de programação da TV Record e no canal do YouTube da ANAD.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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