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Endocrinologia28 junho 2024

ICO 2024: Obesidade ao longo da vida

Peculiaridades no acompanhamento da obesidade em homens, mulheres e idosos
Por Raquel Muniz

O estudo da obesidade implica entender que sua evolução e seu manejo serão diferentes em cada pessoa. Esse tema vem sendo abordado de forma frequente em congressos de endocrinologia. No ICO 2024, congresso internacional de obesidade, um simpósio abordou a obesidade associada ao hipogonadismo masculino, a relação entre a menopausa e a piora da composição corporal, assim como particularidades do tratamento da obesidade em idosos.

Obesidade e hipogonadismo masculino

A deficiência de testosterona acomete cerca de 50% dos pacientes com obesidade, apresentando uma relação bidirecional, ou seja, assim como a obesidade pode ser uma causa de hipogonadismo, a deficiência de testosterona proporciona ganho de peso. Com esse racional, diante de um caso de hipogonadismo associado à obesidade, surge a dúvida entre tratar a obesidade para melhorar o hipogonadismo, ou repor a testosterona em associação ao tratamento da obesidade.

Essa questão foi comentada na aula e esclareceu que a testosterona não deve ser feita para tratamento da obesidade, mas pode ajudar na composição corporal como terapia adjuvante, visto que os sintomas do hipogonadismo poderiam prejudicar o tratamento da obesidade. Assim, o tratamento é recomendado para pacientes com sintomas de hipogonadismo que apresentam a confirmação laboratorial de testosterona baixa.

A aula relembrou a publicação recente do estudo TRAVERSE, que mostrou segurança cardiovascular no tratamento do hipogonadismo com testosterona. No entanto, destacou outro estudo com usuários de anabolizante, que revelou risco aumentado de mortalidade. Dessa forma, foi reforçado que devemos ter como alvo níveis normais de testosterona.

No tratamento do hipogonadismo associado à obesidade, o citrato de clomifeno pode ser uma opção, principalmente quando se deseja preservar a fertilidade, embora ainda seja uma terapia off-label.

Mulheres com obesidade e o impacto da menopausa

Nessa aula, uma informação muito interessante foi a evidência de que o aumento de peso já se inicia 4 anos antes da menopausa, em associação ao aumento da gordura visceral e redução de massa muscular. Além das alterações hormonais, outras alterações da menopausa estão relacionadas ao ganho de peso, como mudanças de humor, ansiedade e depressão, assim como a piora da autoestima e estigmas relacionados a esse momento da vida.

Além da necessidade de olhar para esse período da vida da mulher, observando esse ganho de peso, a aula destaca a necessidade de maior atenção ao risco cardiovascular de mulheres na pós-menopausa.

Obesidade em idosos

O envelhecimento também está relacionado à piora de composição corporal e redução de massa muscular. No entanto, apesar da preocupação com a composição corporal e o aumento do risco de fraturas de fragilidade, o tratamento da obesidade em idosos pode apresentar muitos benefícios, incluindo melhora do sono e qualidade de vida.

A composição corporal pode piorar com o tratamento da obesidade, com redução de massa magra superior à de gordura, levando a maior chance de reganho de peso e aumento do risco de quedas e fraturas. Como resultado disso, precisamos ter mais atenção à composição corporal durante o tratamento e monitorar a densidade óssea, e tratar osteopenia e osteoporose quando necessário.

Confira os destaques do ICO 2024!

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