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Endocrinologia4 julho 2025

Novos dados da insulina efsitora de aplicação semanal em pacientes com diabetes

Estudo teve como objetivo avaliar a eficácia e segurança da insulina efsitora em regime de doses fixas semanais em comparação à insulina glargina em pacientes com diabetes
Por Erik Trovão

O controle glicêmico inadequado em pacientes com diabetes tipo 2 frequentemente demanda a introdução de insulina basal, mas o uso diário e os ajustes frequentes de dose representam barreiras clínicas relevantes. Desta forma, a existência de uma insulina que possa ser aplicada uma vez por semana poderia facilitar os esquemas de insulinoterapia e promover maior qualidade de vida para os pacientes. Em breve, teremos a chegada da insulina icodeca ao Brasil, com este perfil farmacocinético. Mas uma outra opção é a insulina efsitora alfa. 

Com perfil farmacocinético estável e meia-vida prolongada (maior que a da icodeca), a efsitora permite administração semanal e pode representar uma alternativa simplificada, reduzindo a inércia terapêutica. O programa de fase 3 QWINT avaliou a efsitora em comparação com a insulina degludeca ou a insulina glargina U100 administradas uma vez ao dia em uma série de pacientes com diabetes. 

Dentro deste programa, o estudo QWINT-1 teve como objetivo avaliar a eficácia e segurança da insulina efsitora em regime de doses fixas semanais em comparação à insulina glargina U100 administrada diariamente em pacientes com diabetes tipo 2 sem uso prévio de insulina. Seus resultados foram publicados no The New England Journal of Medicine 

Leia mais: Insulina semanal efsitora em pacientes com diabetes tipo 2

Foi um estudo aberto, randomizado e controlado, de não-inferioridade,  que recrutou 795 adultos com diabetes tipo 2, HbA1c entre 7,0% e 10,0%, e IMC ≤45 kg/m², tratados previamente com até três agentes não insulínicos. Os participantes foram alocados para receber efsitora semanal (dose inicial de 100 U, ajustada a cada 4 semanas, para as doses fixas de 150U, 250U e 400 U, sendo esta última a dose máxima avaliada) ou glargina diária (iniciando em 10 U, ajustada semanalmente conforme algoritmo padrão), ambos visando glicemia de jejum entre 80 e 130 mg/dL. O desfecho primário foi a variação da HbA1c em 52 semanas, com margem de não inferioridade de 0,4 pontos percentuais. 

Após 52 semanas, a HbA1c média reduziu-se de 8,20% para 7,05% com a efsitora (−1,19 pp) e de 8,28% para 7,08% com a glargina (−1,16 pp), com diferença entre grupos de −0,03 pp (IC 95%: −0,18 a 0,12), confirmando a não inferioridade da efsitora. O uso da efsitora foi associado a menor taxa de hipoglicemia clinicamente significativa ou grave (0,50 vs 0,88 eventos por paciente-ano; razão de taxa: 0,57; IC 95%: 0,39 a 0,84), além de menor dose total semanal de insulina (289,1 U vs 332,8 U). Aumento de peso corporal foi discreto e similar (3,9 kg com efsitora vs 3,3 kg com glargina).  

Desta forma, o estudo QWINT-1 demonstrou que, em pacientes com diabetes tipo 2 sem uso prévio de insulina, a efsitora semanal em regime de doses fixas é uma alternativa eficaz e segura à insulina basal diária, promovendo controle glicêmico comparável com menor  risco de hipoglicemia.  

Um dos principais pontos a destacar é o potencial para simplificação do manejo terapêutico naqueles pacientes com diabetes tipo 2 que ainda não estão em uso prévio de insulina, uma vez que, nestes casos, a titulação da insulina efsitora é feita com doses fixas de 100U, 150U, 250U e 400U, o que pode facilitar a insulinoterapia, especialmente entre médicos não especialistas. 

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