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Endocrinologia8 agosto 2024

Nova diretriz brasileira sobre saúde cardiovascular na menopausa

A SBC, FEBRASGO e a SIAC publicaram, em 2024, uma diretriz brasileira sobre a saúde cardiovascular na menopausa

Por Erik Trovão

Levando em conta que a menopausa é um período relacionado a aumento do risco cardiovascular na mulher, com maior prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), dislipidemia aterogênica e obesidade visceral, três sociedades (DCM/SBC, FEBRASGO e SIAC) se juntaram para publicar, agora em 2024, a Diretriz Brasileira Sobre a Saúde Cardiovascular no Climatério e na Menopausa. Abaixo, resumimos as principais recomendações dos autores:

 

1.       Recomenda-se o início da terapia hormonal (THM) da menopausa para as mulheres climatéricas sintomáticas e sem contraindicação. Este início deve ser nos primeiros 10 anos de menopausa (janela de oportunidade) e/ou antes dos 60 anos de idade, considerando que o início neste período é seguro do ponto de vista cardiovascular e potencialmente benéfico. Quando a data da última menstruação for desconhecida, considerar apenas a idade limite de 60 anos. Os autores consideram estas recomendações fortes ecom nível de certeza alto.

2.       Recomenda-se que a decisão de continuar ou interromper a THM seja baseada na manutenção das indicações e ausência de riscos, não havendo idade ou duração de uso máxima pré-estabelecida. Esta também é uma recomendação considerada forte, mas com nível de certeza moderado.

3.       Não se recomenda a THM com objetivo de prevenção primária de condições crônicas em mulheres na pós-menopausa que estejam assintomáticas. Isto inclui a prevenção primária cardiovascular. Esta é uma recomendação forte, com alto nível de certeza.

4.       Recomenda-se a THM por qualquer via nas mulheres com HAS e sintomas vasomotores moderados a intensos. Porém, se houver associação com obesidade, dislipidemia, DM ou síndrome metabólica, a via transdérmica deve ser preferida. Esta é uma recomendação forte, com nível moderado de certeza.

5.       Não se recomenda a THM sistêmica em mulheres com doença cardiovascular manifesta, incluindo história de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (recomendação forte com nível de certeza alto). Porém, o tratamento dos sintomas genitourinários com estrógeno por via vaginal pode ser utilizado nestes casos. São também consideradas contraindicações à THM sistêmica: doença hepática descompensada, sangramento uterino de causa desconhecida e lúpus eritematoso sistêmico com elevado risco trombótico (recomendação fraca e nível de certeza baixo), assim como neoplasias hormônio-dependentes (recomendação forte e nível de certeza alto).

6.       Não se recomenda a THM sistêmica em mulheres com história de tromboembolismo venoso. No entanto, se for decidido pela indicação neste caso (considerando o fator causal), deve-se preferir a via transdérmica por oferecer menor risco. Esta recomendação tem recomendação forte, embora com nível de certeza moderado.

7.       Não se recomenda o uso de implantes hormonais manipulados ou de outros hormônios bioidênticos também manipulados na THM. Da mesma forma não se recomenda a chamada “modulação hormonal”. Os autores apontam para a falta de evidências relacionadas ao benefício e à segurança destas práticas. Esta é uma recomendação forte, mas com nível de certeza muito baixo pela completa falta de evidências.

Autoria

Foto de Erik Trovão

Erik Trovão

Formado em Medicina pela UFCG •Residência em Clínica Médica pelo HBLSUS/PE •Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo HAM-SUS/PE •Titulo de especialista em Endocrinologia e Metabologia pela SBEM •Mestre em neurociências pela UFPE •Preceptor da Residência de Endocrinologia do HC/UFPE

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