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Endocrinologia16 dezembro 2024

Mudança da função tireoidiana em pacientes com hipotireoidismo subclínico

Estudo avaliou a mudança da função tireoidiana ao longo do tempo em pacientes com HSC de modo a aprimorar o diagnóstico e necessidade de tratamento
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A tireoide é uma das principais glândulas do corpo humano sendo responsável pelo nosso metabolismo como um todo. Uma condição muito frequente na prática médica é o hipotireoidismo subclínico (HSC). 

Recentemente, foi lançado um artigo que visou abordar a mudança da função tireoidiana ao longo do tempo em pacientes com hipotireoidismo subclínico. Segue um breve resumo dele. 

O hipotireoidismo subclínico é uma condição caracterizada por níveis elevados de hormônio tireoestimulante (TSH) na presença de níveis normais de tiroxina livre (T4L) e triiodotironina (T3). Sua etiologia é complexa e pode ser decorrente de doenças autoimunes, cirurgia, excesso de iodo, terapia com iodoradioativo e medicações. 

De um modo geral, é uma condição assintomática, sendo diagnosticada na maioria das vezes por exame laboratorial. Para confirmação diagnóstica, é necessário repetir a função tireoidiana dentro de dois a três meses. 

O objetivo do presente estudo foi avaliar a mudança da função tireoidiana ao longo do tempo em pacientes com HSC de modo a aprimorar o diagnóstico e necessidade de tratamento. 

hipotireoidismo

Metodologia 

Foram coletados estudos em base de dados eletrônicos até o período de setembro de 2024. 

Os critérios de inclusão foram: estudos com pacientes com HSC com TSH elevado e níveis de T4l ou T3 normais, estudos de acompanhamento prospectivo, estudos nos quais os pacientes não haviam usado levotiroxina e estudos nos quais o número de pacientes com diferentes desfechos pudesse ser contabilizado. 

Já os critérios de exclusão foram: artigos no modelo relato de caso, editorial ou carta, estudos duplicados ou aqueles em havia informações pendentes tais como o número de pacientes associado a cada desfecho. 

Resultados 

Ao decorrer da análise, foram selecionados oito artigos envolvendo 1859 participantes. Os achados foram de que pacientes com TSH ≥ 10mU/L eram mais propensos a evoluir para hipotireoidismo franco (HF) com menor probabilidade de retornar a níveis normais de TSH quando comparados com pacientes com níveis de TSH entre 4,5-9,9. 

Além disso, pacientes com anticorpo antiperoxidase (Anti-TPO) positivo também eram mais propensos a evoluir para HF ou manter o estado de HSC quando comparados com pacientes com anticorpo negativo. 

Outra análise foi de que não houve diferença entre os sexos quando se comparou os desfechos (evolução para HF, HSC persistente e retorno ao eutireoidismo). 

Discussão e conclusão do estudo 

Durante a revisão sistemática que envolveu os 8 estudos, 45,4% dos pacientes mantiveram HSC, 44,4% retornaram ao eutireoidismo e 10,1% progrediram para HF. 

Os achados do estudo indicam que a maior parte dos indivíduos com HSC tendem a retornar aos níveis normais de TSH ou manter HSC. Já os pacientes com TSH ≥ 10 um/L ou com anti-TPO positivo, apresentaram maiores chances de progredir para HF e necessitam de monitoramento. A revisão não encontrou nenhuma diferença clínica significativa entre os gêneros nos desfechos de pacientes com HSC. 

Quando se trata de entendermos sobre o comportamento da função tireoidiana ao longo do tempo, é importante que os estudos priorizem a análise por faixas etárias a fim de promover melhor entendimento do funcionamento tireoidiano. 

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Referências bibliográficas

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