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Endocrinologia10 setembro 2025

Ingestão proteica e capacidade funcional em sobreviventes de UTI

Proteína entre 1,2-1,5 g/kg/dia melhora função física na alta da UTI. Saiba mais sobre o impacto na recuperação do paciente!
Por Letícia Japiassú

Os desfechos clínicos têm tradicionalmente servido como principais endpoints em pesquisas de nutrição na UTI. Entretanto, órgãos governamentais de fomento e sociedades de terapia intensiva têm recentemente defendido ensaios clínicos focados em desfechos centrados no paciente. Especificamente, a função física foi considerada o desfecho mais relevante segundo os próprios pacientes após a alta da UTI, destacando a importância da qualidade de vida relacionada à saúde após a internação. 

Com a redução da mortalidade em UTI, metade dos pacientes críticos apresenta algum grau de fraqueza adquirida na UTI, que pode persistir por até cinco anos. Dessa forma, permanece desconhecido se as metas atuais de proteína em UTI estabelecidas a partir de mortalidade realmente otimizam a recuperação funcional. 

Veja também: Quando menos é mais: 10 erros comuns em UTI

Metodologia 

Esse é um estudo de coorte retrospectivo unicêntrico com 531 sobreviventes de UTI com tempo de internação superior a sete dias, internados entre outubro de 2014 e setembro de 2020. O estudo avaliou se diferentes quantidades de proteína influenciavam a capacidade funcional dos pacientes, medida pelo escore de Avaliação Física de Chelsea (CPAx). 

Os pacientes elegíveis foram divididos de acordo com a ingestão proteica (g/kg/dia): baixa (<0,8), média (0,8-1,19), alta (1,2-1,5) e muito alta (>1,5). O desfecho primário foi a capacidade funcional na alta da UTI, definida pelo CPAx.  

Desfechos secundários incluíram: tempo em ventilação mecânica, tempo de permanência na UTI e hospital, tempo até despertar e mortalidade hospitalar pós-UTI. A hipótese era de que maior ingestão proteica (1,2 g/kg/dia) se associaria a melhor capacidade funcional na alta da UTI. ingestão energética e estado nutricional. 

Resultados encontrados e discussão 

Os achados sugerem que uma ingestão proteica média considerada alta (1,21,5 g/kg/dia) esteve associada a melhor capacidade funcional, avaliada pelo CPAx, em sobreviventes não-trauma/queimaduras na alta da UTI, quando comparada a doses baixas (<0,8), moderadas (0,81,19), muito altas (>1,5) e às doses agrupadas (<1,2 e >1,5), com ingestão energética clinicamente equivalente. 

Conclusão e mensagem prática 

Uma oferta de proteína entre 1,2 e 1,5 g/kg/dia foi associada a uma capacidade funcional superior na alta da UTI em comparação com outras doses. Nem a ingestão energética nem o estado nutricional modificaram a capacidade funcional entre os grupos; portanto, os resultados parecem ser influenciados por 1,2 a 1,5 g/kg/dia. 

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Referências bibliográficas

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