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Endocrinologia7 março 2024

Incidência e características do Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico 

O Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico (EHH) é uma complicação rara do diabetes, porém com risco de vida
Recentemente, a American Diabetes Association (ADA) publicou um estudo de coorte dinamarquês visando abranger a incidência e as caraterísticas do Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico (EHH) na população dinamarquesa. Segue abaixo um breve resumo desse artigo.  O Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico (EHH) é uma complicação do diabetes que pode oferecer risco de vida ao paciente se não tratada prontamente. É definida por uma glicose plasmática ≥ 33 mmol/L, osmolaridade plasmática efetiva ≥ 320 mmol/L , desidratação, presença/ausência de cetoacidose e algum grau de encefalopatia.   Geralmente, é precipitada por algum fator sendo os principais: infecção, infarto agudo do miocárdio, má adesão ao tratamento do diabetes ou não conhecimento prévio do diagnóstico de diabetes. A Dinamarca possui um amplo registro de pacientes na rede de saúde pública, permitindo a realização do presente estudo.  Saiba mais: Hiperglicemia hospitalar [vídeo] 

Objetivo 

O intuito do estudo foi descrever marcadores clínicos e laboratoriais do EHH, além de estimar a incidência em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e tipo 2 (DM2), separadamente. Também foram avaliados pacientes que não sabiam do diagnóstico, pacientes com cetoacidose e pacientes com Insuficiência Renal Aguda (IRA) concomitante ao quadro de EHH.  

Métodos e Pesquisa 

O estudo de coorte ocorreu a nível nacional dinamarquês, identificando pacientes que preenchiam os critérios de hiperglicemia e hiperosmolaridade para EHH ao longo dos anos de 2016 até 2018. Foram avaliadas características como idade, sexo, comorbidades, drogas prescritas, estado do diabetes no momento da admissão e critérios socioeconômicos. 

Resultados 

Foram identificados 634 pacientes com idade superior a 18 anos na população de aproximadamente 4,8 milhões de habitantes que preencheram os critérios para EHH.  Durante o período de quase 3 anos, 19 desses pacientes tiveram mais de uma admissão hospitalar devido a EHH, contabilizando-se para o estudo apenas a primeira. Antes de 2016, 24.196 habitantes foram diagnosticados com DM1 e 251.357 com DM2. Desses, 114 com DM1 e 277 com DM2 apresentaram quadro de EHH nesse período de 2016 a 2018.  A taxa de incidência de EHH foi de 16,5/10.000 pessoas-ano para os pacientes com diabetes  mellitus tipo 1 (DM1) e de 3,9/10.000 pessoas-ano para os pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Além disso, 32% dos pacientes com EHH não sabiam do diagnóstico de diabetes previamente. Desses 634 pacientes, 394 apresentavam EHH enquanto 240 apresentavam EHH e cetoacidose diabética (CAD).  A taxa de mortalidade foi de 17% para os pacientes com EHH e de 9% para os pacientes com EHH e Cetoacidose Diabética (CAD). Em ambos os grupos, a maioria era composta por homens e o grupo com EHH era mais idoso do que o grupo com EHH associado à CAD. 

Conclusão do estudo sobre Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico 

A incidência de EHH foi maior entre os pacientes com DM1 do que com DM2. O estado hiperosmolar hiperglicêmico é um espectro das crises hiperglicêmicas podendo ser classificado em EHH puro ou EHH associado à cetoacidose diabética. Aproximadamente 1/3 dos pacientes acometidos não sabiam de antemão o diagnóstico de diabetes mellitus.  A EHH é uma condição rara, porém severa, que deve ser prontamente identificada e corrigida. Tal estudo ajudou a elucidar mais características do EHH de modo a auxiliar clínicos a poder iniciar o tratamento de forma precoce e adequada. No entanto, mais estudos ainda são necessários para estabelecer fatores de risco e prognóstico.  Leia ainda: A hiperglicemia no diabetes leva a alterações da superfície ocular?
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Referências bibliográficas

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