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Endocrinologia27 fevereiro 2022

Estados Unidos aprovam sensor subcutâneo de glicose que dura seis meses 

A FDA aprovou a comercialização de um novo monitor contínuo de glicose (CGM) para diabetes com um sensor que pode durar até seis meses.

Por Úrsula Neves

A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos aprovou a comercialização de um novo monitor contínuo de glicose (CGM) para diabetes com um sensor que pode durar até seis meses. Anteriormente, o sensor aprovado com o tempo mais longo durava somente três meses. 

O Eversense E3 mede 18 mm por 3,5 mm, sendo implantado no tecido subcutâneo de forma simples e rápida por um profissional de saúde treinado. Por ser muito pequeno, não exige pontos de sutura após a colocação. 

Para a sua colocação é necessário que um transmissor seja acoplado na pele justamente acima do local de implantação para que haja uma comunicação entre o sensor e o smartphone do paciente com diabetes. 

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Esse transmissor pode ser retirado quando a pessoa quiser, entretanto sem ele, os dados de glicose em tempo real são perdidos. O Eversense E3 pode ser utilizado em usuários de smartphones com os sistemas Android e/ou IOS. 

Estados Unidos aprovam sensor subcutâneo de glicose que dura seis meses 

O que é um CGM? 

Os sistemas de monitorização contínua da glicose (CGMs) rastreiam os níveis e tendências de açúcar no sangue em pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2 para ajudá-los a tomar decisões informadas sobre sua dieta e estilo de vida. Os monitores rastreiam essas informações 24 horas por dia, sete dias por semana e muitos fornecem atualizações ao usuário a cada cinco minutos, como é o caso do Eversense E3. 

Assim, é possível criar alertas sonoros e/ou vibratórios para que a pessoa com diabetes tome providências, caso a glicose suba ou caia demais. E mais: o usuário pode ser acordado pelo sensor de madrugada, por exemplo, devido a uma hipoglicemia que ele nem mesmo suspeitava. Incrível, não acham? 

Entretanto, apesar do produto ter uma excelente acurácia, ainda será necessária a utilização do glicosímetro convencional para medir a glicose duas vezes ao dia nos primeiros 21 dias após o implante e, em seguida, diariamente, até completar 90 dias. Os responsáveis pela nova tecnologia explicam que esse procedimento é fundamental para a sua correta calibração. 

Mesmo depois desse processo, se houver dúvida na medição, é essencial realizar a dupla checagem com o glicosímetro convencional. 

Dependendo da marca, um sensor CGM pode ser trocado em casa ou no consultório médico. A troca dos sensores em um Eversense E3 requer um procedimento especial, sendo necessário o agendamento de uma consulta médica quando os seis meses terminarem. 

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“Aumentar ainda mais a duração do sistema CGM mais duradouro para seis meses representa um grande salto à frente para os pacientes e em direção à nossa missão de transformar vidas na comunidade global de diabetes”, disse o presidente e diretor executivo da Senseonics, Tim Goodnow, em um comunicado de imprensa. 

Ele acrescentou que a revisão do produto foi adiada em um ano devido à pandemia e que o lançamento atual ajudará a estabelecer uma base para o crescimento. 

Maior utilidade 

Segundo especialistas, os sensores de medição de glicose são mais úteis para pessoas com diabetes tipo 1, que não podem produzir insulina por conta própria e precisam de dados frequentes sobre seus níveis para saber quantas injeções ou bombas de insulina devem ser administradas. 

É acessível? 

O valor do novo sensor que será comercializado nos Estados Unidos ainda não foi divulgado, porém geralmente é alto, especialmente para quem paga do próprio bolso, com os custos podendo chegar a milhares de dólares por ano. Ainda assim, diversas companhias de seguros privados e o Medicare cobrirão o valor para alguns pacientes. 

Por enquanto, não há previsão da chegada do produto no Brasil. 

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

 

Referências bibliográficas: 

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