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Endocrinologia13 junho 2024

Eficácia do monitoramento contínuo da glicose sobre métricas de controle glicêmico

O monitoramento contínuo da glicose (MCG) é uma tecnologia que tem avançado nos últimos tempos, visando melhora do controle glicêmico dos pacientes com diabetes mellitus

Baseado na importância do monitoramento contínuo da glicose (MCG), a Endocrine Society lançou recentemente um estudo de revisão sistemática e meta-análise de achados de ensaios clínicos randomizados elegíveis sobre MCG no manejo glicêmico de pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Segue abaixo, um breve resumo dele: 

Eficácia do monitoramento contínuo da glicose sobre métricas de controle glicêmico

Imagem de 8photo/freepik

Introdução 

A tecnologia de monitoramento contínuo da glicose contém duas principais versões: o MCG em tempo real (tr-MCG) ou em “flash” (FMG). Elas fornecem frequências variáveis das glicemias intersticiais, sendo úteis para entender o padrão glicêmico do indivíduo e alarmes de hiper e hipoglicemia. A partir desse novo artefato, novos estudos foram realizados buscando entender os possíveis benefícios do MCG e os seus desfechos. 

Entretanto, ainda há pouco consenso sobre o uso dessa tecnologia em pacientes com DM2. Baseado nessa lacuna, o estudo procurou abordar o uso dessas tecnologias nessa subpopulação de pacientes. 

Metodologia 

Os estudos foram buscados em base de dados eletrônicas no período de Janeiro de 2016 a Agosto de 2022, dando preferência a ensaios clínicos randomizados que comparassem o MCG com a monitorização de glicemia capilar em pacientes com idade superior a 18 anos e DM2. Nos estudos que também abrangiam pacientes com DM1, foi exigido que pelo menos 80% dos pacientes tivessem DM2.   

Os itens avaliados foram: Hemoglobina glicada (Hba1c), tempo na média da glicemia (70-180 mg/dL), tempo em hiperglicemia (> 180 mg/dL) e tempo em hipoglicemia (< 70 mg/dL). 

Em relação aos desfechos, foram escolhidos ensaios que avaliassem a qualidade de vida, a necessidade de ida à emergência 24h, hospitalização e satisfação do paciente. 

Os critérios de exclusão foram: estudos limitados a pacientes com DM1 ou diabetes gestacional, gestantes, indivíduos com comorbidades que necessitassem de internação para tratamento e aqueles com dados insuficientes para análise. 

Resultados 

Apenas 14 estudos foram incluídos, sendo que em 9 deles, 825 pacientes usavam o MCG em tempo real (tr-MCG) e em 5 estudos, 822 usavam a monitorização em “flash” ou intermitente (FMG). Grau moderado de evidência revelou que o MCG reduziu de maneira discreta a Hba1c com reduções similares em cada uma dessas tecnologias, comprovando superioridade em relação à aferição da glicemia capilar. 

Conclusão: monitoramento contínuo da glicose

Ambas as tecnologias de monitoramento contínuo da glicose foram capazes, mesmo em modo discreto, de reduzir a Hba1c em pacientes com DM2. Entretanto, como desvantagens, os estudo analisados foram de curta duração e com pouca análise sobre desfechos tais como: efeitos adversos do MCG, necessidade de ida à emergência e hospitalização. 

Sendo assim, a medicina ainda carece de mais estudos que possam determinar se pequenas melhoras glicêmicas a curto prazo são suficientes para melhorar importantes parâmetros clínicos nos pacientes diabéticos.

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