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Para pacientes com sobrepeso ou obesos que têm diabetes, médicos devem recomendar cirurgia bariátrica ou terapia médica intensiva com medicamentos? Qual das abordagens é mais segura e eficaz a longo prazo? É o que responde um artigo publicado no New England Journal of Medicine.
Para o estudo, pesquisadores analisaram os desfechos em 5 anos de 150 pacientes com diabetes tipo 2, que tinham um índice de massa corporal (IMC) de 27 a 43, randomizados para receber terapia com medicamentos ou medicamentos + cirurgia bariátrica (bypass gástrico em Y de Roux ou gastrectomia em sleeve).
O desfecho primário foi um nível de hemoglobina glicada de 6% ou menos, com ou sem o uso de medicamentos para a diabetes. Entre os 150 participantes, um paciente foi a óbito durante os 5 anos de follow-up; 134 dos restantes 149 pacientes (90%) completaram o período de acompanhamento.
Veja também: ‘Indicações e cuidados em Cirurgia Bariátrica: conduta médica em Cirurgia’
Cirurgia x medicamentos
No baseline, a idade média dos participantes foi de 49±8 anos, 66% eram mulheres, o nível médio de hemoglobina glicada foi de 9,2±1,5% e o IMC médio foi de 37±3,5.
Aos 5 anos, o critério para o desfecho primário foi atingido por 2 de 38 pacientes (5%) que receberam apenas a terapia médica intensiva, em comparação com 14 de 49 pacientes (29%) que foram submetidos ao bypass gástrico (p=0,01 não ajustado, p= 0,03 ajustado, p=0,08 na análise por intenção de tratamento) e 11 de 47 pacientes (23%) submetidos à gastrectomia em sleeve (p=0,03 não ajustado, p=0,07 ajustado e p=0,17 na análise por intenção de tratamento).
Os pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos tiveram uma redução percentual média maior do que os que receberam apenas a terapia médica (2,1% vs. 0,3%, p=0,003).
Aos 5 anos, as alterações de baseline observadas nos grupos de bypass e gastrectomia foram superiores às alterações observadas no grupo de terapia em relação ao peso corporal (-23%, -19% e -5%, respectivamente), nível de triglicéridos (-40%, -29% e -8%), nível de colesterol de lipoproteína de alta densidade (32%, 30% e 7%), uso de insulina (-35%, -34% e -13%) e medidas de qualidade de vida (aumentos de pontuação em saúde geral de 17, 16 e 0,3; de 0 a 100, com escores mais altos indicando melhor saúde), p<0,05 para todas as comparações.
Nenhuma complicação cirúrgica tardia foi relatada, exceto por uma reoperação.
Os achados indicam que, entre os pacientes com diabetes tipo 2 e IMC de 27 a 43, a cirurgia bariátrica + a terapia médica intensiva foi o método mais eficaz para diminuição ou resolução da hiperglicemia.
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Referências:
- Bariatric Surgery versus Intensive Medical Therapy for Diabetes — 5-Year Outcomes. N Engl J Med 2017; 376:641-651. February 16, 2017. DOI: 10.1056/NEJMoa1600869
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