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Endocrinologia16 setembro 2025

Contracepção em mulheres com diabetes mellitus: quando e como?

Contracepção para mulheres com é essencial para evitar gestações não planejadas e complicações. Saiba os métodos mais seguros e eficazes para pacientes com diabetes mellitus!
Por Ícaro Sampaio

Em mulheres com diabetes mellitus (DM), a ocorrência de gestações não planejadas pode resultar em desfechos adversos tanto para a mãe quanto para o feto. Portanto, a contracepção é fundamental para prevenir tais complicações. Há, no entanto, uma série de problemas com a contracepção nessa população, incluindo uma prevalência de uso menor do que a observada na população em geral e fatores que podem afetar a eficácia da contracepção, como a obesidade e seus tratamentos, incluindo a cirurgia bariátrica disabsortiva. Além disso, há preocupações de segurança específicas para essa população que provavelmente contribuem para o desconforto dos profissionais de saúde em prescrever contraceptivos.  

Em julho de 2025, a Endocrine Society publicou um guideline sobre diabetes preexistente e gestação. Uma das sugestões do documento é justamente que em mulheres com diabetes mellitus que têm possibilidade de engravidar seja utilizada uma contracepção, quando a gravidez não é desejada. Estudos demonstram que o uso de métodos contraceptivos eficazes reduz de forma significativa as gestações não planejadas.  

Além de prevenir gravidez não planejada, a contracepção desempenha papel no cuidado pré-concepção em mulheres com DM. Métodos como DIU hormonal, contraceptivos orais combinados e progestagênios isolados não alteram de forma relevante o perfil glicêmico ou lipídico. Ao permitir o planejamento adequado da gestação, a contracepção favorece melhor controle glicêmico antes da concepção, reduzindo taxas de malformações e abortos espontâneos relacionados à hiperglicemia. 

As diretrizes internacionais, incluindo o US Medical Eligibility Criteria (MEC 2024), oferecem recomendações sobre a segurança dos contraceptivos em mulheres com diabetes. Em mulheres com diabetes e complicações, o acetato de medroxiprogesterona de depósito entra na categoria MEC 3, ou seja, os riscos podem ser maiores que os benefícios. Isso porque esse contraceptivo tem efeito hipoestrogênico e pode reduzir o HDL. Já em pacientes com doença renal crônica e hipercalemia, as pílulas só de drospirenona são classificadas como MEC 4, pois o efeito antimineralocorticoide da drospirenona aumenta o risco de hipercalemia.  

Os anticoncepcionais orais combinados ficam como MEC 2 em mulheres sem complicações, MEC 3 se houver complicações não graves, e MEC 4 quando há doença vascular estabelecida, nefropatia, retinopatia ou diabetes de longa duração, pelo risco aditivo de trombose.  

O risco absoluto de eventos tromboembólicos em mulheres com diabetes usuárias de contracepção hormonal é baixo, embora maior do que em não usuárias. Estudos reforçam que, mesmo em cenários de maior risco relativo, a gravidez representa maior ameaça à saúde do que o uso de contraceptivos. Assim, a recomendação central é que a anticoncepção deve ser incentivada e individualizada, levando em conta fatores como idade, obesidade, presença de complicações e risco cardiovascular associado. 

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