As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de mortalidade em todo o mundo, por isso a necessidade de estratégias preventivas eficazes. Pode-se dizer que o principal fator de risco modificável é o sedentarismo ao lado de hipertensão, obesidade e tabagismo. Um estudo de coorte Coreano mostrou que os indivíduos que atingiram os níveis de atividade física recomendados apresentaram mortalidade por todas as causas e mortalidade cardiovascular significativamente menores ao longo de um acompanhamento de 7 anos.
Metodologia
Este consenso, publicado em setembro de 2025 na revista The Korean Journal of Internal Medicine enfatiza o papel fundamental da atividade física regular, incluindo exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular, na redução dos principais fatores de risco para DCV, como hipertensão, dislipidemia, obesidade e resistência à insulina.
A atividade física é categorizada em quatro domínios principais: ocupação, transporte, tarefas domésticas e lazer. A atividade física pode ocorrer a qualquer hora do dia e proporciona benefícios à saúde, independentemente de sua finalidade.
O consenso destaca mecanismos pelos quais a atividade física previne DCV e suas evidências clínicas além de recomendações e diretrizes para a atividade física e estratégias para sua implementação.
Resultados encontrados e discussão
A atividade física é uma estratégia comprovada para a prevenção de DCV, reduzindo significativamente os principais fatores de risco ao mesmo tempo em que melhora o condicionamento físico e a saúde metabólica. Portanto, promover a atividade física regular é crucial para reduzir a incidência de DCV e melhorar a saúde.
Este consenso reforça a importância de reduzir o comportamento sedentário e integrar a atividade física à vida diária e são fornecidas recomendações para a população adulta e para subgrupos específicos, incluindo idosos, gestantes e puérperas, indivíduos com DCV e aqueles com limitações físicas.
Conclusão
Esforços coletivos são necessários para priorizar a atividade física na saúde pública. Mesmo pouca atividade física, quando sustentada, confere reduções mensuráveis na morbidade e mortalidade cardiovascular em nível populacional, reforçando seu papel como uma estratégia custo-efetiva na prevenção de DCV. Devem ser criados ambientes favoráveis, como espaços seguros para caminhadas e ciclismo, para promover um estilo de vida ativo e reduzir a carga das DCV.
As recomendações deste consenso devem se concentrar em intervenções personalizadas e políticas baseadas em evidências que incentivem estilos de vida ativos.
Autoria
Letícia Japiassú
Médica endocrinologista com Residência Médica em Clínica Médica pelo Hospital Municipal Souza Aguiar (2008) e especialização pela Associação Brasileira de Nutrologia (2020). Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2006).
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