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Endocrinologia31 maio 2025

CBOSM 2025: Obesidade e hipogonadismo masculino

No CBOSM 2025, um tema de grande relevância para o dia a dia do endocrinologista foi a associação entre obesidade e hipogonadismo masculino. 

No Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica (CBOSM) 2025, uma palestra de grande relevância para o dia a dia do endocrinologista foi sobre a associação entre Obesidade e hipogonadismo masculino. 

A aula do Dr. Alexandre Hohl abordou a associação da Obesidade com o hipogonadismo masculino secundário a ela. Dr. Hohl baseou sua aula no questionamento se o tratamento além da perda de peso faria sentido para tal condição.  

CBOSM 2025: Homem com obesidade e hipogonadismo masculino segurando fita métrica na barriga

Qual a relação da obesidade com o hipogonadismo masculino?  

Por definição, o hipogonadismo masculino é uma síndrome clínica resultante da incapacidade clínica de produção de testosterona e/ou espermatozóides em níveis normais. É considerado orgânico quando decorrente de doença congênita ou estrutural em hipotálamo, hipófise ou testículos.   

Já o hipogonadismo funcional é decorrente de condições que suprimem as concentrações de gonadotrofinas e testosterona, mas que são potencialmente reversíveis com o tratamento da etiologia subjacente.  

Alguns dos mecanismos envolvidos na fisiopatologia do hipogonadismo masculino decorrente da obesidade são: aumento da aromatização e estrogênio circulantes com inibição do LH, redução da produção de SHBG, aumento da leptina sérica, dentre outros. 

Rastreio, manejo e diagnóstico  

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, não se recomenda o rastreio de hipogonadismo masculino na população geral, visto que níveis baixos em pacientes assintomáticos não selam o diagnóstico. Já para os pacientes com sinais e sintomas de testosterona baixa, o rastreio é recomendado e para os pacientes com obesidade, DM2 ou síndrome metabólica também se recomenda a dosagem da SHBG.  

Os pontos de corte para valores de testosterona no homem variam muito de acordo com cada sociedade, de modo que Dr. Hohl recomenda utilizar um valor médio de 300 ng/dL para diagnóstico.   

Sendo assim, em homens com obesidade e hipogonadismo, além de incentivo à mudança de estilo de vida, o manejo farmacológico da obesidade deve ser recomendado como forma inicial de tratamento, visto que a perda de peso está associada a melhoras expressivas dos níveis de testosterona.  

Tratamento e conclusões práticas  

Para pacientes com hipogonadismo sintomático, é recomendado também o tratamento com testosterona para fins de melhora da qualidade de vida, composição corporal, parâmetros metabólicos, vida sexual e saúde óssea. O uso do clomifeno é off-label, podendo ser considerado em casos de hipogonadismo e desejo de preservação da fertilidade.  

Não há até o momento nenhuma evidência científica que recomende o uso de fitoterápicos para o hipogonadismo masculino, de modo que seu uso não é indicado. 

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Referências bibliográficas

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