No primeiro dia do Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica (CBOSM), tivemos a primeira aula que abordou a proposta da nova diretriz de tratamento farmacológico da obesidade 2025. Alguns dos principais especialistas na área, abordaram as várias vertentes do tema.
Seguindo com os palestrantes da aula, a segunda parte convidou o Dr. Rodrigo Manier que aborda prevenção de doenças com o tratamento farmacológico para Obesidade.
Estilo de vida associado ao tratamento farmacológico
Uma das recomendações é de que pessoas com sobrepeso/obesidade e pré-diabetes, devam realizar o tratamento farmacológico para obesidade em conjunto com mudanças de estilo de vida como forma de prevenir ou postergar a evolução para DM2 e reduzir risco cardiometabólico.
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Outro foco importante da aula foi sobre a avaliação de sarcopenia. É recomendado que pacientes com sobrepeso/Obesidade com mais de 60 anos sejam avaliados para o risco de sarcopenia a exemplo de testes realizados na própria consulta, como o teste da cadeira ( conseguir levantar da cadeira sem apoio mais de 5x em 30 segundos) e o teste de caminhar 10 metros em menos de 20 segundos ou com o dinamômetro para avaliação de força muscular, devendo ser maior que 16 kg em mulheres ou 27 kg em homens.
Obesidade sarcopênica
Sendo assim, para pacientes com diagnóstico de obesidade sarcopênica, o tratamento conjunto com exercício de força e aporte nutricional deve ser considerado, visando redução de perda de massa muscular. Seguindo a palestra, o Dr. Alexandre Hohl aborda doenças cardiovasculares.
A nova diretriz recomenda que pacientes com sobrepeso/obesidade sem DM2 e história de doença cardiovascular bem estabelecida, sejam tratados com semaglutida na dose de 2,4mg/semana com objetivo de reduzir desfechos cardiovasculares. Já para os pacientes com sobrepeso/Obesidade, com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada com ou sem DM2, devem ser tratados com semaglutida ou tirzepatida.
Obesidade e câncer
Dr. Alexandre também aborda a associação entre obesidade e diversos tipos de câncer, porém ressalva que ainda não há evidência científica que suporte que o tratamento medicamentoso reduza a incidência de câncer e, portanto, ele não deve ser recomendado com esse fim.
Outras evidências pontuadas sobre tratamento medicamentoso de sobrepeso/Obesidade são melhora do hipogonadismo masculino secundário ao excesso de peso, apneia obstrutiva do sono, osteoporose e melhora dos desfechos hepáticos em pacientes com doença hepática esteatótica associada à disfunção Metabólica.
Por fim, a palestra se encerra com um pilar muito importante no tratamento da obesidade: como o médico pode adotar estratégias que garantam a adesão ao tratamento farmacológico.
Algumas medidas citadas foram: explicar ao paciente sobre o papel das medicações antiobesidade, comunicação com empatia e sem termos estigmatizantes, uso de linguagem positiva e motivacional com reconhecimento dos progressos do paciente, estímulo à decisões compartilhadas e acompanhamento continuado.
Sendo assim, fica evidente como o tratamento de sobrepeso/obesidade é complexo dada a vasta gama de comodidades que podem estar associadas.
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