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Endocrinologia11 outubro 2024

Caso Clínico: Tireoidite Subaguda

Paciente do sexo feminino, 30 anos, com relato de que há 3 semanas passou a apresentar desconforto em loja tireoidiana.

B.O.N, 30 anos, sexo feminino, dentista, comparece em consulta com Endocrinologista, com relato de que há 3 semanas passou a apresentar desconforto em loja tireoidiana. Também evoluiu com taquicardia, tremores finos de extremidades, insônia e pele quente/seca. Um pouco antes do início dos sintomas, apresentou quadro de amigdalite. 

De história patológica pregressa, social, fisiológica e familiar, não apresentava nada digno de nota. 

caso clínico tireoidite

Ao exame físico:  

Paciente em bom estado geral, lúcida e orientada, corada, hidratada, eupnéica em ar ambiente. 

PA:128x 78 mmHg FC: 100 bpm 

Apresentava pele quente e tremores finos em mãos. 

Tireoide: Dolorosa à palpação, com aumento de seu volume. 

Ausculta pulmonar e cardíaca sem alterações. 

Exames laboratoriais que já levou no dia da consulta revelavam: TSH: inferior a 0,01/T4l:1,58/Anti-tpo:negativo/Trab: negativo/VHS:35 (VR: até 20) 

A conduta foi: Medicação analgésica (Incluindo Prednisona 40mg/dia por 10-15 dias – até melhora da dor) + novos exames laboratoriais + usg de tireóide + cintolografia de tireoide com I131 e retorno em 6-8 semanas. 

Na consulta de retorno em dois meses 

Paciente retorna já com melhora importante dos seus sintomas, não conseguiu realizar cintilografia de tireoide, mas traz demais exames: 

#Lab: Anti-tpo: inferior a 9/VHS:5/TSH:3,32/T4l:1,0/Trab: inferior a 0,8/PCR:inferior a 0,03 

#USG de tireóide com doppler  

Regular, textura heterogênea, sem evidências de nódulos. 

Fluxo normal no parênquima. 

# Impressão e nova conduta: Resolução do quadro clínico de tireoidite e orientada a retornar em 3 meses com nova função tireoidiana. 

Veja mais: Disfunções tireoidianas: epidemiologia, causas e fatores de risco

Análise do Caso Clínico: 

O caso acima reflete a Tireoidite Subaguda (ou Tireoidite de De Quervain ou granulomatosa ou de células gigantes). 

Trata-se de um processo inflamatório da região tireoidiana, provavelmente de etiologia viral que é precedida por um quadro infeccioso do trato respiratório superior. 

Os sinais e sintomas clínicos são bem comuns a outras patologias e podem incluir: febre, mal-estar, mialgia. 

Já os sintomas clássicos de tireotoxicose podem ser: pele quente e seca, taquicardia, tremores de extremidades, insônia e perda ponderal. 

Ao exame físico conforme citado no caso o achado mais característico é de um bócio tireoidiano doloroso, com possível dor irradiada para região mandibular e cervical posterior. 

O diagnóstico é essencialmente clínico, porém os achados laboratoriais são importantes para diferenciação com hipertireoidismo. 

Na tireoidite subaguda, TSH pode estar baixo, T4L elevado e Anti-corpo anti-receptor de TSH (Trab) encontra-se negativo. Pode haver aumento de marcadores inflamatórios como VHS e PCR e a cintilografia com captação por I131 mostra baixa captação selando o diagnóstico. 

O tratamento envolve repouso e como medicações pode-se utilizar analgésicos comuns e anti-inflamatórios. A prednisona nas doses de até 40-60 mg/dia se mostra útil na resolução do quadro, sendo utilizada por um período mínimo de 15 dias. 

Após a resolução dos sintomas, o paciente pode evoluir com eutireoidismo ou hipotireoidismo a depender do grau de inflamação tireoidiana, devendo-se monitorar pelo menos a cada 3 meses os níveis de TSH e T4L. 

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