Em estudo apresentado no 83º congresso da American Diabetes Association (ADA 2023), em San Diego, nos Estados Unidos, e publicado no JAMA, foi avaliado o uso do ácido bempedoico para prevenção de pacientes de risco cardiovascular. Os resultados positivos foram compartilhados com os presentes no congresso em uma sessão coletiva especial para a imprensa.
Métodos
Derivado do estudo CLEAR, nesta análise 4206 pacientes de prevenção primária e intolerantes ao uso de estatinas foram randomizados em dois grupos: um recebeu ácido bempedoico e outro, placebo. O desfecho primário foi 4 pt MACE (IAM, AVC não fatais, revascularização coronariana ou morte de causa cardiovascular).
Resultados
Da amostra observada, 66% dos pacientes tinham DM. O LDL basal era de 142,5 mg/dL. Apesar da redução modesta do LDL (21,3%; 30,2 mg/dL), houve uma redução de MACE de 7,6% para 5,3%, com um HR de 0,70! (IC 95%; 0,55 – 0,89, p = 0.002).
Quanto aos desfechos secundários, o destaque foi para um HR de 0,64 para o MACE clássico (sem incluir revascularização) e um HR de 0,61 para morte de causas cardiovasculares.
Discussão na coletiva de imprensa e considerações
Tivemos a oportunidade de perguntar, durante o press release, ao Dr Steven Niessen sobre o que poderia explicar a redução de risco com a diminuição relativamente modesta do LDL. Ele afirmou que a relação não é inteiramente compreendida, mas se estima que o efeito anti-inflamatório que a molécula tem possa ter contribuído.
Perguntamos também, frente ao resultado de redução da PCR observado no estudo, se seria possível colocar a molécula como alternativa à estatina. O mesmo reafirmou o objetivo do estudo: no momento, em pacientes intolerantes à estatina, parece surgir uma opção muito interessante.
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