Foram divulgadas as orientações sobre o tratamento de pacientes com hanseníase durante a pandemia da Covid-19. Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento com a poliquimioterapia (PQT) deve ser assegurado mesmo durante a emergência em saúde pública.
Os pacientes confirmados de Covid-19 somente devem ser dispensados do tratamento de hanseníase em caso de recomendação médica. Além disso, a pasta prevê a necessidade de adequação do Sistema Único de Saúde (SUS) para o cuidado desses pacientes.
Tratamento padrão da hanseníase
O tratamento padrão da hanseníase é realizado com a poliquimioterapia (PQT). Em casos de intolerância ou contraindicação, os médicos devem receitar esquemas substitutivos. Já para o tratamento das reações hansênicas é indicado o uso dos remédios anti reacionais.
É necessário que os serviços de saúde se organizem para que os pacientes com hanseníase não interrompam o tratamento, considerando as condições de infraestrutura, de recursos humanos e de logística.
Orientações aos pacientes
Os pacientes mais vulneráveis a desenvolver formas graves da Covid-19 não deverão comparecer às unidades de saúde.
Os medicamentos podem ser entregues a um responsável, que deverá apresentar, no momento da retirada, os seguintes documentos:
- Cópia da carteira de identidade;
- Cópia do cartão nacional do SUS;
- Cópia do cartão de aprazamento do paciente em tratamento.
A dispensação da poliquimioterapia deve ser mantida para um mês de tratamento, com o responsável buscando a cada mês o remédio na unidade de saúde ou a entrega poderá ser realizada em domicílio, enquanto durar a recomendação de distanciamento.
Caso o paciente tenha recebido alta da PQT, mas continua em tratamento para as reações hansênicas, a quantidade máxima por prescrição poderá ser para até três meses de tratamento, dependendo da avaliação médica.
A exceção cabe aos casos de tratamento com Talidomida, os quais devem seguir a RDC Anvisa nº 11/2011, na qual as pacientes em idade fértil precisam comprovar uso de contraceptivo e realizar exame de gravidez.
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Nota da Sociedade Brasileira de Dermatologia
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) publicou uma nota informativa em seu site reforçando a importância de pacientes e dermatologistas seguirem o protocolo do Ministério da Saúde para o tratamento da hanseníase.
De acordo com a nota da SBD, no caso das reações hansênicas, a interrupção do tratamento imunomodulador pode levar à exacerbação súbita, com o desenvolvimento de reações graves que demandam internação em momento de possível redução da quantidade de leitos disponíveis, o que pode gerar ainda maior sobrecarga ao sistema de saúde.
É importante ressaltar que a suspensão abrupta de corticosteróides pode levar a um quadro de insuficiência adrenal, que pode ser fatal. Já um agravamento do quadro reacional pode levar ao desenvolvimento de neurites, gerando incapacidades físicas permanentes ou até mesmo a necessidade de iniciar ou aumentar a dose de corticoide.
Portanto, se for possível, a dose de corticoide deve ser reduzida gradativamente, de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde para a hanseníase. Saliente-se que não existe orientação para suspensão de Talidomida.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
- https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46698-ministerio-da-saude-orienta-a-continuidade-do-tratamento-para-hanseniase
- https://www.sbd.org.br/noticias/combate-a-covid-sbd-reforca-importancia-de-pacientes-e-dermatologistas-seguirem-protocolo-do-ms-para-tratamento-da-hanseniase/
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