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Dermatologia20 janeiro 2025

Consenso de Psoríase 2024: psoríase com hepatite, HIV, tuberculose ou malignidade 

O Consenso Brasileiro de Psoríase de 2024 da SBD contou com a participação de 85 especialistas, dermatologistas e reumatologistas, de diferentes partes do Brasil
Por Mariana Santino

O “Consenso Brasileiro de Psoríase de 2024: algoritmo de tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia” acrescentou novas informações no que se refere ao tratamento da psoríase em situações especiais como hepatites, HIV, tuberculose e malignidade. 

E quais são essas recomendações? 

Hepatites e HIV 

Imunobiológicos anti-TNF-α conferem maior risco de reativação do vírus da hepatite B, em especial o Infliximabe. Já os anti-interleucinas mostram um perfil de segurança mais favorável, com risco muito baixo de reativação em pacientes com profilaxia viral. Como a interleucina (IL)-12 é importante na defesa contra patógenos intracelulares, alguns autores sugerem que o Ustequinumabe apresenta risco um pouco maior de reativação viral, mas ainda assim melhor que o anti-TNF-α. Nos portadores de hepatite C, o anti-TNF-α poderia apresentar certa vantagem em relação às demais, já que a infecção pelo vírus C cursa com aumento de TNF e, por isso, o anti-TNF poderia diminuir a carga viral. No entanto, ainda assim, há relatos de reativação da hepatite.  

No caso do HIV, a adoção em novo imunobiológico anti-IL-12/23, 17 ou 23 parece ser mais favorável considerando o perfil de segurança em relação aos anti-TNF-α. 

Tuberculose 

Anti-TNF-α e Metotrexato são fatores de risco para reativação da tuberculose latente, mas os anti-interleucinas e medicamentos de pequenas moléculas não parecem ser. De qualquer forma, sua investigação deve ser realizada antes do início ou na troca de qualquer terapia imunossupressora, imunobiológica ou com pequenas moléculas, exceto naqueles que já trataram infecção latente ou ativa ou que têm prova tuberculínica ≥ 5 mm e já investigada.  

Se diagnóstico de tuberculose ativa durante o tratamento sistêmico, recomenda-se suspendê-lo imediatamente. No caso de tuberculose latente, aguardar 1 mês do início do tratamento para iniciar ou retorná-lo. 

Psoríase e Malignidade 

Uma possível correlação entre psoríase e neoplasias malignas tem sido relatada, especialmente as hematológicas e queratinocíticas. Esse risco parece ser maior nos pacientes com psoríase mais grave. O uso crônico de medicamentos imunobiológicos e terapias clássicas parece não aumentar esse risco e, teoricamente, a Acitretina é a mais segura. Dentre os imunobiológicos, o Ustequinumabe possui estudos mais robustos sobre perfil de segurança. As exceções são a fototerapia UVA, pelo risco de câncer de pele não melanoma, e a Ciclosporina de uso prolongado (> 12 meses). Nos pacientes diagnosticados com malignidades no decurso do tratamento, havia a recomendação de suspensão dos imunobiológicos.  

Estudos mais recentes têm apontado a segurança destas medicações em termos de recidiva do tumor, especialmente das anti-interleucinas. Porém, os dados de seguimento a longo prazo ainda são escassos e a decisão pela suspensão deve ser individualizada.

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Referências bibliográficas

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