Paciente de 71 anos, hipertensa e com história de câncer de laringe, refere lesão acastanhada endurecida na panturrilha direita notada há 1 ano em local onde previamente havia algo que parecia uma picada de mosquito. Paciente nega sintomas no local. Ao exame, pápula castanho clara, dura e firme na panturrilha direita (Figura 1). Comprimindo a pápula lateralmente nota-se uma depressão da pele sobrejacente. Na dermatoscopia, placa branca cicatricial central e rede pigmentar fina periférica (Figura 2).
Você sabe qual é o diagnóstico?
Nesse caso, é possível fecharmos o diagnóstico de dermatofibroma apenas com a clínica (anamnese e exame físico).
O dermatofibroma é um tumor benigno da pele composto por células fibro-histiocíticas e localizado na derme. Alguns não o consideram como uma neoplasia e sim como um processo reativo induzido por estímulos mecânicos, já que pode surgir a partir de história de trauma, como picada de inseto, vacinação e tatuagem.
Quiz: Paciente com lesão papulosa. Qual o diagnóstico?
Na clínica há pápula, placa ou nódulo duro e firme, único ou múltiplo, de superfície lisa e com a cor variando do castanho claro ao escuro, enegrecido ou vermelho arroxeado. A lesão pode ter formato de domo e costuma ser pequena (< 2 cm) e com crescimento lento durante meses, estabilizando por anos e algumas vezes regridindo espontaneamente. Ela pode acontecer em qualquer parte do corpo, mas com predileção pelos membros inferiores em pacientes adultos. Um sinal característico no exame físico é o “sinal da covinha” em que se forma uma depressão da pele sobrejacente após a compressão lateral da lesão.
Na dermatoscopia, pode haver vários padrões, sendo o mais comum e clássico, responsável por 36-80% dos casos, a placa branca cicatricial central e rede pigmentar fina periférica, como no caso da nossa paciente. Outros também comuns são: rede pigmentar em toda a lesão (14% dos casos) e rede invertida central e rede pigmentar periférica (9% dos casos).
Deve-se acalmar a paciente quanto à benignidade da lesão e dizer que não é necessário nenhum tratamento. Se ela causar dano estético ou for acompanhada de desconforto, o que é incomum, pode-se fazer a excisão cirúrgica, mas devendo-se avisar que poderá ficar alguma cicatriz pós-excisão.
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